O cenário de escassez hídrica obrigou a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) a implementar medidas para garantir que a capital do País tenha água suficiente no período de seca. Na segunda-feira (30), começa a ser reduzida a pressão em regiões abastecidas pelo Reservatório de Santa Maria. O calendário terá início na Asa Norte, onde o processo deve levar três dias.
Na quinta-feira (2), o ajuste será nas redes da Asa Sul, do Noroeste e do Sudoeste (Veja calendário completo no fim da matéria). A expectativa é uma redução no consumo de até 5%, o mesmo porcentual alcançado quando o procedimento foi adotado na área atendida pela Barragem do Descoberto.
Como a bacia de Santa Maria ainda mantém níveis acima de 40% da capacidade, as regiões atendidas por ela (veja parte amarela da arte) ficaram fora do rodízio de fornecimento iniciado em 16 de janeiro, mas agora a água chegará com menos força às torneiras das casas.
A pressão é reduzida por meio do ajuste — manual ou automático — de válvulas e registros espalhados pela rede de abastecimento. A medida diminui a perda da água que corre pelo sistema.
Por isso, o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, destaca a importância de as residências, principalmente os prédios, estarem com as caixas d’água limpas e abastecidas. “Nós ajustaremos a rede para que todos recebam água independentemente do horário, mas, como há grande consumo durante o dia, é preciso estar preparado.” À noite, com a demanda menor, não deve haver falta do recurso hídrico.
Mudança na pressão segue até reservatório atingir nível seguro
No caso do Reservatório de Santa Maria, os 5% esperados na redução do consumo de água significarão uma economia de 80 litros por segundo. Como no caso do rodízio, não há uma data definida para o fim da mudança na pressão da rede. A ideia é que dure até que o depósito alcance um nível seguro para o abastecimento na época da seca. “É muito importante que a população colabore e nos ajude a recuperar o volume dos mananciais. A gente precisa de união para enfrentar a crise”, defende o presidente da empresa pública.
Válvulas redutoras de pressão e troca de hidrômetros
A Caesb também aposta na substituição de válvulas redutoras de pressão em diversas adutoras do DF. Trezentos equipamentos foram instalados em todo a cidade.
Além disso, desde janeiro de 2015, cerca de 150 mil hidrômetros foram ligados, e outros 100 mil ainda devem ser instalados. Por serem novos, eles evitam vazamentos em tubulações. Houve investimento também na troca de redes na Asa Norte, no Lago Sul e no Lago Norte.
Medidas para minimizar efeitos da estiagem
A medida atual é uma das armas do governo para minimizar os efeitos da estiagem que levou os dois principais reservatórios de Brasília a atingirem os níveis mais baixos da história. A mais emblemática ação de controle do recurso ainda é o revezamento que teve início no dia 16.
Uma das razões para as ações distintas é o fato de que os dois depósitos são operados separadamente. Não é possível, por exemplo, levar água do Reservatório de Santa Maria — que estava com 40,68% da capacidade às 7h30 desta sexta-feira (27) — à Barragem do Rio Descoberto, com 22,91% no mesmo horário. Para isso, seriam necessárias obras estruturais complexas, já que a primeira região é mais alta que a segunda.
Redução de 14% na primeira semana do rodízio de fornecimento de água no DF
O rodízio no fornecimento de água nas cidades atendidas pelo Descoberto resultou em economia de 14% nos níveis de vazão e captação de 16 a 22 de janeiro. O índice superou a meta estipulada pela Caesb, que era poupar 10% nesse primeiro ciclo do racionamento.
} else {