Um motociclista se aproxima de uma mulher, anuncia o assalto e, antes de roubar qualquer objeto, atira. Essa foi a dinâmica de 12 assassinatos registrados em Goiânia em menos de sete meses. A sequência de execuções tem levado pânico à população, principalmente pelo fato de a polícia não conseguir desvendar um caso sequer. Com a investigação desencontrada, cresce o temor de que um serial killer esteja à solta na cidade.
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No início, os agentes goianos descartaram qualquer possibilidade de as mulheres entre 13 e 29 anos terem sido mortas por um mesmo autor. Ontem, a cúpula da Polícia Civil recuou e convocou a imprensa local para avisar que trabalha com a hipótese. Sem respostas para o mistério, familiares das vítimas pressionam as autoridades. Algumas manifestações foram realizadas nos últimos dias. No próximo sábado, outro protesto está previsto no centro de Goiânia.
Enquanto a solução para os crimes se mostra distante, moradores da capital vizinha ao Distrito Federal temem sair de casa. Principalmente as mulheres têm mudado os hábitos na tentativa de evitar serem abordadas e mortas por um motoqueiro vestido de preto e armado. Chama a atenção que a maioria dos casos ocorreu em bairros nobres. A assessora parlamentar Ana Maria Duarte, 26 anos, por exemplo, foi executada com um tiro no peito, no Setor Bela Vista, reduto da classe média alta goiana.Ela, o namorado e uma amiga comiam um sanduíche em uma lanchonete, por volta das 23h, em 14 de março. Um homem usando jaqueta escura e capacete se aproximou e pediu o telefone celular. Antes de o trio esboçar qualquer reação, o bandido mirou no peito de Ana Maria e atirou. A jovem morreu nos braços do companheiro. O estabelecimento possui uma câmera de monitoramento, mas o equipamento estava posicionado próximo a uma árvore e não captou o crime.