As eleições de 2018 têm comprovado a forte influência das redes sociais para angariar votos, tanto no contexto nacional como regional. Com pouco tempo de TV e sem patrocínios, novos candidatos têm investido cada vez mais em plataformas como Instagram, Facebook e WhatsApp para disseminar suas ideias e propostas.
Leandro Grass, primeiro distrital eleito pela Rede Sustentabilidade, está entre os candidatos vitoriosos que tiveram a campanha mais barata do DF. O distrital teve um gasto total de R$ 30,7 mil, vindo de recursos próprios e vaquinhas on-line, e competiu com nomes já antigos da CLDF, que chegaram a gastar mais de R$ 900 mil proveniente de todos os lados: do fundo eleitoral, doações de pessoas físicas e familiares.
Com foco nas redes sociais e no corpo a corpo, Grass conseguiu 6.578 votos. O distrital teve 4 segundos na TV e pouquíssimas inserções, competindo com candidatos com longas propagandas e padrinhos políticos.
O futuro deputado explica que contou com uma pequena equipe de comunicação, composta por um designer e um vídeomaker contratados e três jornalistas voluntárias. A grande aposta foi na criatividade das artes e dos textos e no engajamento dos apoiadores para atrair a atenção do público mais jovem. “A comunicação mudou e a forma como as pessoas definem seus votos também. Acredito que o diálogo na abordagem corpo a corpo e a apresentação de propostas claras, em uma linguagem acessível, nos canais onde a juventude está nos aproximaram dos eleitores e garantiram a vaga na CLDF”, disse o distrital.
O voluntariado também fez a diferença. Apoiadores que se propuseram a distribuir material, realizar reuniões e compartilhar o conteúdo do candidato nas redes de amigo levaram as propostas de Grass aos eleitores.
O servidor público Felipe Santos Araújo, 36 anos, foi um desses apoiadores. “O Leandro pra mim representa mais que a renovação na política. Ele é o reflexo de um trabalho bem feito na educação, desde a base até a faculdade. Acredito que ele, com sua forma crítica de analisar a realidade das pessoas de Brasília, poderá buscar suprir as necessidades básicas dos mais necessitados sempre olhando pela justiça social. Desde quando me contou que entraria na batalha política, me coloquei a sua disposição pois em nenhum momento duvidei que ele seria o verdadeiro representante do que acredito na CLDF”, disse.
Agora, o deputado eleito também quer fazer um mandato mais barato, ele é apoiador da iniciativa Câmara Mais Barata, que busca reduzir gastos e aumentar a transparência dos mandatos da Casa. O texto básico do projeto prevê, entre outras coisas, a extinção da verba indenizatória, a redução do orçamento dos gabinetes e o corte nos gastos com propaganda.
As campanhas mais caras do DF
Os 24 deputados distritais eleitos para a próxima legislatura receberam, no total, R$ 6,4 milhões para gastar na campanha. A campanha mais cara foi a do distrital reeleito Agaciel Maia. Ele arrecadou R$ 970 mil para gastar nas eleições, e todos os recursos saíram dos fundos partidário e eleitoral do PR. Em seguida, aparece o distrital Delmasso (PRB), com uma divulgação de R$ 891,1 mil. Em terceiro, aparece Rafael Prudente (MDB), que declarou receitas de R$ 747,8 mil para obter 26.373 votos — média de R$ 28,3 por voto conquistado.