O Distrito Federal registrou na madrugada desta sexta-feira (17) a menor temperatura desde o início do ano: 11,2 ºC. De acordo com os instrumentos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a sensação térmica foi de 7 ºC. A temperatura foi mensurada por uma estação automática por volta de 4h.
Segundo o meteorologista Manoel Rangel, a explicação para o frio sentido no DF está no vento. \”A sensação térmica está diretamente proporcional ao vento. Quanto maior for a velocidade, mais o vento passa pelo corpo, roubando a energia do corpo\”, disse o especialista, que trabalha há mais de 40 anos no Inmet.
Rangel afirmou que a previsão é de que a temperatura caia até 10 ºC nas próximas madrugadas por conta da falta de nuvens. Ele não descartou que a mínima caia ainda mais no inverno, que começa em 21 de junho.
Recordes
A menor temperatura já apontada no DF é de 1,6 ºC, alcançada em 18 de julho de 1975. Já a máxima absoluta é de 36,4 ºC, medida em 18 de outubro de 2015.
Previsão
Para conseguir ler todas as informações recebidas de satélites e estações, e traçar uma previsão de como vai se comportar o tempo, o Inmet usa um supercomputador de R$ 11 milhões, que trabalha sem parar. O equipamento foi adquirido há quase quatro anos e é mantido numa temperatura de 22 °C e protegido por dois geradores de plantão.
Sob os cuidados do consultor de Tecnologia da Informação José Maurício Guedes, o computador modelo SGI Ice-x é capaz de realizar 55 trilhões de operações por minuto (55 teraflops).
“O computador ampliou a capacidade em analisar e fazer previsões numéricas com maior resolução e garantia”, afirma Guedes, servidor do instituto há 16 anos. “É um sistema semelhante ao usado na Nasa [agência espacial americana].”
Até o momento, o equipamento nunca sofreu uma ataque de hacker, apesar de outras redes do Inmet já terem sido invadidas. Mesmo assim, o chefe do departamento de TI do Inmet diz não haver risco. “É como se houvesse uma distância física entre o invasor e o sistema.”
Por meio das 779 estações — 60% delas totalmente automáticas — espalhadas pelo país, o instituto é capaz de notar qualquer mudança nas condições do clima brasileiro. De quatro em quatro horas, seis satélites analisam a América Latina e enviam dados como temperatura ou umidade na região.