Um mês após o Distrito Federal reiniciar a coleta seletiva de lixo, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) não tem um balanço aprofundado da nova experiência da retomada desse serviço de recolhimento, iniciado em outubro. A ampliação ainda está em curso.
O diretor-presidente da empresa, Félix Palazzo, que está no cargo há 10 meses, disse ao Brasília Capital que aguarda ansioso para que a coleta seletiva aconteça nas Regiões Administrativas que ainda não são atendidas.
“Essa situação está acontecendo de forma gradual e, por enquanto, está adequando, primeiramente, a coleta convencional com os dias alternados. Com a implantação definitiva da coleta seletiva nas demais regiões, acreditamos que vai aumentar a demanda dos recicláveis para melhorar a renda dos catadores e preservar ainda mais o meio ambiente”, afirma.
O DF ainda não criou a cultura de separar recicláveis de descartáveis. No entendimento do diretor-presidente do SLU, esse comportamento será adquirido gradativamente, à medida que o processo se tornar hábito.
Um dos problemas causados pela falta de hábito de cuidar do lixo é o entupimento das bocas de lobo, que provocam alagamentos e transbordos de esgotos em época de chuva.
O SLU explica que o que acarreta os entupimentos dos bueiros e bocas de lobo do DF, que nas chuvas provocam grandes e temerosos alagamentos, é o lixo que o cidadão joga no chão ou acondiciona de forma incorreta.
Durante todos esses anos, o SLU vem trabalhando para promover a conscientização da população. Por enquanto, é um desafio, mas a empresa vem promovendo campanhas para a adesão da população. Uma delas é a websérie \”A Saga de Recicléverton\” que está disponível no Facebook, Instagram e Youtube.
PNRS – A coleta seletiva é realidade no DF desde 2014, em cumprimento ao que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que entrou em vigor em 2010. As empresas CGC, Valor Ambiental e Quebec iniciaram esse tipo de atendimento em 2014.
O problema é que duas dessas empresas desistiram de prestar o serviço antes do término do contrato. Com isso, apenas 52% da população passou a ser atendida com a coleta seletiva.
A partir dos novos contratos firmados com a Valor Ambiental, Sustentare e Consita, a coleta seletiva está de volta e será ampliada, gradualmente, em todo o DF.
CRONOGRAMA – Para implantá-lo em todo o DF, o SLU aguardava a liberação do novo edital pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF) para contratação de novos serviços de limpeza que inclua a coleta seletiva.
O serviço, contudo, já era prestado em 26 das 31 Regiões Administrativas do DF. Atualmente, o cronograma da coleta seletiva não foi alterado e continua sendo prestado em 26 RAs. Até abril de 2020 esse serviço estará implantado em todo o DF.
Como separar o lixo
Para fazer a coleta seletiva, o morador deve manter dois recipientes para acondicionamento do lixo: um para recicláveis e outro para rejeitos orgânicos. Depois é só dispor para a coleta nos dias e horários informados no site do SLU.
Todo o conteúdo da coleta seletiva é encaminhado para os galpões de triagem na unidade de Instalação de Recuperação de Resíduos, onde as cooperativas fazem a triagem e a separação dos resíduos da construção civil.
GALPÕES – O lixão da Estrutural foi fechado dia 20 de janeiro de 2018. Não existe mais lixão no DF, que agora conta com um Aterro Sanitário, em Samambaia. No lugar do antigo Lixão da Estrutural existe a Unidade de Recebimento de Entulhos (URE), que recebe somente resíduos da construção civil.
Na coleta seletiva, o reciclável vai para as cooperativas de catadores que atuam nos galpões de triagem do SLU. Para o resíduo orgânico não há coleta separada. Esse é o resíduo que a população descarta no lixo comum, junto com os rejeitos, e tudo é encaminhado para o Aterro Sanitário de Brasília.
NOVOS PROJETOS – O SLU vai instalar, ao longo dos próximos 5 anos, 384 equipamentos semienterrados, que hoje são chamados de Papa-Lixo, para serem instalados em locais que há mais acúmulo de lixo, e também onde é difícil o acesso dos caminhões da coleta.