“A construção de hospitais de campanha não encontra qualquer guarida nas atividades finalísticas reservadas ao Sesc”. Esta foi a resposta da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no dia 25 de maio, a uma consulta feita pela Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), em 17 de abril, sobre a possibilidade de a entidade fazer “doação e instalação de leitos hospitalares”.
A resposta, porém, tem causado uma enxurrada de críticas de opositores à atual diretoria e de outros interessados no projeto. Uma nota de esclarecimento explicando a impossibilidade de a Fecomércio fazer o investimento não é levada em consideração. “Respeitando e cumprindo o ordenamento jurídico, o regulamento, o estatuto e todas as regras e leis que regem o Sesc-DF, a instituição comunicou que não seria possível construir um hospital de campanha para doar ao GDF”, diz o texto.
Embora seja o alvo principal dos ataques, o presidente da Fecomércio, Francisco Maia, preferiu não responder. Sua assessoria apenas encaminhou ao Brasília Capital a nota divulgada anteriormente. Ela diz que o compromisso assinado em abril com o GDF era um “protocolo de intenções” no sentido de verificar “se existiam condições para instalação de leitos hospitalares por parte da entidade”.
“Sensível ao clamor público, diante do agravamento da emergência na saúde pública local, o Sesc-DF se dispôs a avaliar a viabilidade do pedido e assinou”. Entretanto, a CNC respondeu negativamente, “apesar da situação pandêmica pela qual toda sociedade vem experimentando”. Segundo o órgão nacional, esse tipo de despesa não está previsto no regulamento do Sesc. A resposta foi repassada ao GDF. “Desta forma, o Sesc-DF se manteve fiel aos seus princípios, à lei e à finalidade constitucional para a qual foi criado”, diz a nota.
Balanço – Mesmo diante dos ataques de grupos que não aceitaram a recusa do Sesc de construir um hospital de campanha, a instituição tem desenvolvido uma série de atividades de proteção à população em meio à pandemia da covid-19. Por exemplo, reforçou os atendimentos médicos, odontológicos, psicológicos, de nutrição e apoio social dos trabalhadores do comércio, de seus familiares e da comunidade.
Desde o início da pandemia, o Sesc arrecadou e distribuiu, por meio do programa Mesa Brasil, mais de 1.500 toneladas de alimentos; vende marmitas para toda a população a preço de custo, com 55.000 marmitas/mês apenas para takeout;envolveu 250 profissionais diretamente na operação de testagem para a covid-19 nas unidades; realiza atendimento odontológico de urgência para a população, com mais de 2.000 pessoas atendidas; doou 24 mil máscaras de proteção em 3D para a Secretaria de Saúde do DF; doou tecidos e insumos para a Fábrica Social do GDF confeccionar 100 mil máscaras; ofertou estrutura física ao GDF para acolher 150 moradores de rua com serviços essenciais; disponibiliza o Portal Observatório do Comércio para acompanhamento das ações referentes à pandemia; realiza aulas de exercícios físicos pela internet para toda a população do DF.
“Conforme todos os esclarecimentos, fica evidenciada a lisura do Sistema Fecomércio-DF e de suas instituições. Esse conjunto de entidades continuará a cumprir o seu trabalho consistente em defesa do comércio, da população de Brasília e dos menos favorecidos”, encerra a nota.