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A área do antigo Clube Primavera, em Taguatinga Sul, ocupada desde 21 de setembro por cerca de 400 sem-terra do Movimento de Resistência Popular (MRP), será desocupada até o dia 30 de novembro. O compromisso foi assumido pelo governador Rodrigo Rollemberg na quinta-feira (8), durante reunião com moradores da cidade. Em represália ao anúncio do acordo, os invasores atearam fogo na mata ciliar na tarde de sexta-feira (9), exigindo grande mobilização do Corpo de Bombeiros e de agentes do Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Até o fechamento desta edição não havia um balanço da extensão dos prejuízos.
O encontro dos moradores com o governador foi realizado na residência oficial de Águas Claras e contou com a presença do administrador de Taguatinga, Ricardo Lustosa e integrantes do Movimento Taguatinga Unida (Movitu). A decisão de usar o Clube Primavera para abrigar os sem-teto foi tomada pelo GDF em meio a um acordo para desocupar o desativado Hotel Saint Peter, no Plano Piloto, invadido pelo grupo.
Desde a chegada dos “vizinhos indesejados” a comunidade local se queixa do risco que eles representam para a Área de Preservação Permanente (APP). A advogada Karoline Romero estima que em menos de um mês foram registradas mais de dez ocorrências envolvendo invasores, que são investigadas pela Polícia Civil. Entre elas, ameaças e assaltos nas proximidades do antigo clube, mesmo com o policiamento ostensivo sob a coordenação do 2º Batalhão da PM.
Na conversa na residência oficial, que durou cerca de 30 minutos, Rollemberg prometeu discutir durante esta semana com o presidente da Terracap, Alexandre Navarro, projetos para a área do antigo Primavera. A proposta da comunidade é a construção de um Parque Ecológico, semelhante ao Saburo Onoyama, também em Taguatinga Sul.
Na sexta-feira (9), os sem-terra atearam fogo na mata do clube contra a aproximação do GDF aos moradores de Taguatinga. Entrentanto, foram acionados vários órgãos, como Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros, que evitaram qualquer dano ao meio ambiente
Enquanto aguarda a solução do GDF, o Movitu vai manter as ações judiciais movidas junto ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O Conselho Regional de Saúde de Taguatinga e outros segmentos da sociedade protocolaram uma petição para o impeachment do governador, alegando crime ambiental, uso indevido da máquina pública e risco à segurança pública.
Entenda o Caso
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Cerca de 300 integrantes MRP montaram um acampamento no Setor Bancário Norte para reivindicar o auxílio-aluguel de R$ 600 que recebiam do governo. Após dois meses, os militantes chegaram ao Conic, onde permaneceram por 24h. Ao serem removidos, invadiram o hotel Saint Peter, no Setor Hoteleiro Sul, na madrugada do dia 14 de setembro, onde permaneceram até o dia 20. No dia 21, eles aceitaram a proposta do GDF e foram remanejados para a área do antigo Clube Primavera, que estava abandonado há quase duas décadas. A chegada dos invasores provocou resistência e causou revolta entre os moradores da cidade.