O avanço da inteligência artificial (IA) tem proporcionado benefícios significativos em diversas áreas. No entanto, essa mesma tecnologia tem sido explorada por criminosos para sofisticar golpes de extorsão telefônica. O Brasil, que lidera o ranking global de chamadas de spam, tornou-se terreno fértil para esse tipo de crime.
Segundo o relatório Global Call Threat Report, da empresa Hiya, no primeiro semestre de 2024 os brasileiros receberam, em média, 26 chamadas de spam por mês. Do total de ligações não identificadas, 51% foram classificadas como spam e 13% como fraudes — um indicativo alarmante do cenário de insegurança digital no país.
Entre os golpes mais sofisticados, destaca-se a clonagem de voz com uso de IA, com criminosos que captam trechos de áudio em redes sociais e, com ferramentas de inteligência artificial, replicam, com fidelidade assustadora, a voz de amigos ou familiares das vítimas.
Com isso, simulam situações de sequestro ou emergência e pressionam emocionalmente os alvos a, por exemplo, realizarem transferências bancárias imediatas.
As vozes clonadas soam quase indistinguíveis das vozes reais. Isto somado ao apelo emocional de ouvir um ente querido supostamente em perigo, torna as vítimas extremamente vulneráveis.
Para se proteger, especialistas recomendam:
• Verificação de informações: diante de chamadas suspeitas, tente contatar a pessoa mencionada por outros meios antes de tomar qualquer decisão.
• Cautela nas redes sociais: evite publicar vídeos ou áudios com sua voz em perfis públicos.
• Educação digital: combine códigos de segurança com familiares para uso em situações emergenciais.
O enfrentamento desse tipo de crime exige ação coordenada entre autoridades, empresas de tecnologia e usuários. À medida que as ferramentas de IA tornam-se mais acessíveis, cresce a necessidade de uma cidadania digital crítica e de políticas públicas voltadas à proteção da população diante dessas novas ameaças.