Chico Sant’Anna (*)
A bancada que toma posse em janeiro na Câmara Legislativa estará renovada em 50% em relação à atual composição. O índice é menor do que os 60% de 2018. Mais do que as 12 caras novas – algumas não tão novas assim –, o que mais muda é o perfil ideológico do futuro parlamento local.
Os holofotes da mídia focaram os campeões de votos Fábio Félix (Psol), Chico Vigilante (PT) e Max Maciel (Psol), todos de esquerda. Mas, a verdade é que a CLDF será uma casa conservadora, o que deve deixar o governador Ibaneis Rocha (MDB) muito à vontade no novo mandato.
Pesquisa realizada em todo o País pela Delta Folha – equipe de jornalismo de dados da Folha de S.Paulo -, analisando os perfis ideológicos dos futuros parlamentos estaduais, aponta que a CLDF terá um perfil de centro-direita. O mesmo do primeiro mandato de Ibaneis.
Os reflexos disso devem ser um parlamento majoritariamente sob a aba do chapéu do Buriti, com consequências, principalmente, na área social, como foi visto na Saúde e na Assistência Social.
Centro cresce
Segundo a avaliação feita, a legislatura que finda é dividida em três partes iguais: oito distritais (33%) de cada campo ideológico – esquerda, centro e direita. A nova bancada contará com 42% de parlamentares de centro, 33% de direita e seis (25%) de esquerda.
Dos 28 partidos ou federações que disputaram as eleições, 13 terão representação na CLDF, seis a menos do que em 2018. Legendas que tradicionalmente tiveram assento na Casa, como o PDT e o PTB, ficaram de fora.
A maior bancada será a do PL, com quatro eleitos, seguida pelo PT e MDB com 3 distritais cada. Foram eleitas quatro mulheres, uma a mais do que na legislatura atual. Apenas Jaqueline Silva (Agir) foi reeleita.
Métrica ideológica
Para definir quem é de direita ou de esquerda, o Delta Folha elaborou uma métrica que combina sete fatores: posicionamentos das bancadas em votações, pronunciamentos públicos dos parlamentares, alianças que fazem para governar e análises de especialistas.
Dessa combinação de fatores nasce uma régua – que pode ter controvérsias – onde PSOL, PSTU, UP e PCO estão na estrema esquerda e PSC, PL e Novo na extrema direita. O MDB de Ibaneis está ao centro e o PT na esquerda (veja o gráfico).
“O DF entra na categoria de poucas mudanças. Os que chegam estão mais à direita do que aqueles que saem. Mas a maioria ainda está ao centro (gráfico), acompanhando a tendência geral do Brasil”, comenta Diana Yukari, da equipe do Delta Folha.
Leia matéria completa no blog Brasília, por Chico Sant´Anna.