Candidato a deputado distrital pela segunda vez, Claudeci Luart (Podemos) tornou-se conhecido em todo o Distrito Federal por distribuir dinheiro vivo pelas ruas da cidade. Numa jogada de marketing de sua rede de loja de calçados, ele premia, duas vezes por semana, clientes que encontra pelas ruas com a sacolinha da empresa. A abordagem é feita aleatoriamente ao lado da equipe do programa Balanço Geral, da TV Record, comandado pelo jornalista Henrique Chaves. “Estou contribuindo com as pessoas e incentivando que elas comprem na Luart. Mas não tem nada combinado. Eu pego a equipe e digo para qual cidade nós vamos. Ninguém sabe para onde eu vou”, explica. Nesta entrevista ao Brasília Capital, Claudeci Luart afirma que disputa uma cadeira na Câmara Legislativa para trabalhar contra o aumento da carga tributária e para ajudar a geração de empregos. E pretende dar uma atenção especial às mulheres, direcionando suas emendas parlamentares, prioritariamente, para a construção de creches.
Como está sua campanha? – Estamos muito felizes com a recepção na rua. Em qualquer parte que a gente recebe muito carinho e calor humano. As pessoas estão revoltadas com a política, mas querem renovar.
Não é a sua primeira experiência como candidato. Em 2014 você também concorreu a deputado distrital e teve 10 mil votos. Qual a expectativa para este ano? – É boa. A gente está vivendo esse termômetro na rua. Hoje pela manhã eu visitei uma feira em Taguatinga Sul. Não temos rejeição. A gente só fez o bem para a sociedade, como sempre fiz na empresa. São mais de 20 lojas em todo o DF há 17 anos. Minha família toda trabalha na empresa. Uma andorinha só não faz verão.
Você é conhecido popularmente como o empresário da sacolinha. Como é esse trabalho? – Eu fico muito feliz de ser reconhecido e chamado pelo nome em qualquer lugar que eu vou. O projeto da sacolinha começou porque eu percebi que as pessoas compravam sapatos na minha loja e eu queria presentar essas pessoas. Por que elas escolhiam a Luart Calçados? Mas eu precisava saber que a pessoa havia comprado na minha loja. Aí surgiu a ideia: quem estiver com a sacolinha é porque comprou na Luart Calçados.
Comprou na Luart Calçados, saiu com a sacolinha, trombou com o Claudeci na rua o que acontece? – Ganha R$ 1 mil. Mas as pessoas não podem me procurar. Eu que tenho que procurar com a equipe da TV Record. Nós criamos esse projeto juntamente com o jornalista Henrique Chaves, do Balanço Geral. Eu saía procurando e quem tivesse a sacolinha da Luart Calçados recebia na hora 1 mil reais. Isso deu uma repercussão positiva gigantesca. Estou contribuindo com as pessoas e incentivando que elas comprem na Luart. Mas não tem nada combinado. Eu pego a equipe e digo para qual cidade nós vamos. Ninguém sabe para onde eu vou.
O que este marketing muito bom para sua empresa pode ajudar em sua candidatura e por que será importante para a população tê-lo como representante na Câmara Legislativa? – Eu sou candidato a deputado distrital com um objetivo: eu conheço Brasília toda. Sei onde está o melhor comércio, onde as pessoas estão passando mais dificuldade. Nasci aqui em Taguatinga, no Hospital São Vicente de Paula. Sou meio doido, porque hoje lá é o HPAP. Mas não rasgo dinheiro (risos). Sei que tem gente na nossa capital passando fome, que quer um trabalho, quer dignidade.
E na Câmara, como você faria para ajudar essas pessoas? – Vou valorizar todos os comerciantes, todos os feirantes.
Como? – Incentivando todos eles. Nós temos que reduzir os impostos. Do jeito que está aqui não dá: uma pessoa pagando e a outra não pagando. Não pode!
Mas o candidato a governador de sua coligação, Rogério Rosso (PSD), disse que vai criar o IPTU verde. Então, em vez de reduzir, você está apoiando um possível futuro governador que quer criar mais um imposto… – O meu partido está coligado ao Rogério Rosso, mas eu sou neutro. Não o apoio. Ele cuida da vida dele e eu vou cuidar da minha. Quem quer que venha a ser o governador eu estarei lá para abaixar os impostos, para gerar emprego. Do jeito que está os comerciantes estão passando dificuldade.
Então você será um deputado independente? – Totalmente. Se o governador quiser apoiar esse projeto que eu tenho de baixar os impostos, estarei com ele. Se não abaixar os impostos, não está comigo. Eu quero gerar emprego e dar dignidade às pessoas.
A cidade hoje tem problemas sérios na Saúde, na Segurança, na Educação. O que você faria com suas emendas parlamentares? Destinaria para quais áreas? – Principalmente para as áreas voltadas para as mães de família que querem trabalhar. Tem muita mãe de família que não tem creche para deixar seu filho enquanto vai trabalhar. Então, vou destinar uma parte para valorizar as creches públicas, para a mãe de família poder deixar seu filho. Isso é fundamental. E tem mais: valorizar todas as mulheres que ganham neném. Quando a mulher dá à luz, automaticamente tem que pedir demissão do trabalho. Tem que ter muita creche!
Essa é uma realidade que você conhece… – Sim, conheço muito bem. Noventa por cento das mulheres pedem conta do emprego com o coração partido. Várias já chegaram para mim e disseram: Claudeci, eu ganho R$ 1.500, mas meu tive filho e preciso pagar R$ 1.000 para alguém ficar com minha criança. Então não compensa eu trabalhar. Prefiro sair da empresa e tentar voltar daqui a seis meses.
Qual o seu conceito de tributação justa para todos os cidadãos? – Eu penso que todos devem pagar impostos iguais, em suas proporções. O feirante tem que pagar imposto na proporção que ele fatura. Cada um com sua capacidade. Não adianta só os menores pagarem e o resto sonegar. Não vai ter recurso assim. Por que a polícia está sofrendo? Porque não tem recurso para contratar novos policiais.
O que os seus eleitores podem esperar do Claudeci como deputado distrital? Em primeiro lugar, transparência. Nunca prometo nada que eu não vá cumprir. Honestidade acima de tudo! Trabalharei para valorizar todos os comerciantes, brigar para abaixar os impostos. Uma andorinha só não faz verão! Serei um soldado da população. Sem rabo preso com ninguém. Sem vestígio de ninguém. Prometo não decepcionar quem me der esse voto de confiança.