O município de Águas Lindas, a 50 quilômetros de Brasília, vive um momento político incomum: até hoje (14), dos seis candidatos a prefeito nas eleições do próximo dia 15 de novembro, apenas um está com o registro deferido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás – o subtenente da Polícia Militar, Castro Neto (PRTB).
Os que ainda não obtiveram deferimento de suas candidaturas são: Dr. Lucas (Podemos), Marco Túlio (DEM), Hamilton Borges (PSL), Tenente Rajão (Patriotas) e Sergiana da Mandata Coletiva (Rede).
Dr. Lucas tem cinco pedidos de impugnação por não ter se desligado de sua clínica médica que presta serviço ao município no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral. Marco Túlio tem contra si uma decisão colegiada de 2018 do TRE/GO que o torna inelegível por oito anos. Hamilton Borges, Tenente Rajão e Sergiana também aguardam julgamento de seus processos.
Os 94.752 eleitores de Águas Lindas deverão escolher 15 vereadores entre os 363 candidatos. No caso de prefeito, até o momento, apenas o Subtenente Castro está apto a receber o voto dos munícipes.
Mourão – Alheio aos imbróglios dos concorrentes, Castro, que conta com o apoio do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, segue sua campanha. “Desejo que Águas Lindas tenha nos próximos quatro anos uma gestão eficiente, e que, acima de tudo, tenha ações concretas para melhorar a qualidade de vida da população”.
Caso venha a ser eleito, ele diz que priorizará obras de infraestrutura, com rede de água, saneamento básico em todo município, asfalto, e iluminação pública na cidade para melhorar a segurança.
Cidade tem problemas recorrentes
Emancipada desde dezembro de 1995, anteriormente chamada de Parque da Barragem, Águas Lindas pertencia ao município de Santo Antônio do Descoberto. Localizada a cerca de 200 Km de Goiânia, capital do estado, mais parece uma cidade-satélite de Brasília.
Em 2019, sua população foi estimada pelo IBGE em 212 mil habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), de 0,686, é considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A cidade possui recorrentes problemas estruturais apontados pela população. Entre eles: mobilidade urbana, saúde, segurança, emprego e, para os mais jovens, entretenimento.
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por mês, em média, 224 mil pessoas usam o transporte público para Brasília. É como se a população inteira da cidade viajasse à capital do país todo mês, mesmo com uma das passagens mais caras entre os destinos do Entorno.
Outro número significativo é o de pessoas atendidas por dia na rede hospitalar do DF: em média, 150 cidadãos chegam para consultas médicas, exames e tratamentos de saúde, segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF).