A educação para a convivência pacífica no trânsito é condição para torná-lo seguro. O êxito no cumprimento desta tarefa não será alcançado tão somente com as aulas teóricas dos cursos de formação de condutores, mas, sobretudo, pela formação de cidadãos com consciência ética, compreendida pelo aprendizado dos valores de respeito ao outro.
Trata-se, portanto, de incutir nos corações e nas mentes um espírito de boa disposição para o próximo, que irá se refletir positivamente em todas as esferas da vida social, inclusive no trânsito. Esse trabalho de formação será tão bem sucedido quanto mais cedo for realizado com crianças e jovens.
É com essa convicção que, à frente do Detran-DF, criamos o programa Cidadania no Trânsito. Destinado aos estudantes dos 2º e 3º anos de Ensino Médio, o curso transmite todo o conteúdo teórico-técnico do processo de habilitação de condutores, assim como noções de cidadania, democracia e sustentabilidade. O curso é inteiramente gratuito e a formação será admitida como parte do processo para obtenção da CNH.
Professor de Direito Constitucional há três décadas, tenho grande experiência em sala de aula. Ainda assim, nas aulas de abertura que ministrei, impressionou-me muito o interesse e a disposição dos estudantes. O sonho da primeira Habilitação foi o fio condutor para boas trocas de experiências e verdadeiras lições de vida. O programa, além de estratégico para promover o uso consciente dos espaços públicos, renovou-me a esperança de um futuro melhor.
(*) Advogado (licenciado), subprocurador-geral do DF, professor de Direito Constitucional e atual diretor-geral do Detran-DF
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital