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Protagonistas quando o tema é mobilidade urbana, as ciclovias voltaram a habitar as rodas de conversa de moradores em Águas Claras. Para uns, elas são um perigo. Para outros, a solução para a falta de estacionamentos e a dificuldade de locomoção numa cidade que cresceu muito além do planejado.
Fato é que na segunda-feira (14) saiu do papel a alteração no trânsito da região, que reserva espaços exclusivos de 1,5m para ciclistas na Avenida Araucárias e, posteriormente, na Castanheiras, vias transversais e boulevares. Ainda em fase de testes, a intervenção, juntamente com a nova pavimentação, vai custar R$ 5 milhões aos cofres do Governo de Brasília.
A iniciativa faz parte do projeto Mobilidade Ativa, que tem como intuito viabilizar o deslocamento não motorizado e acessível às estações do metrô, comércios, parques e residências. O projeto ainda prevê que a faixa da direita seja direcionada para veículos pesados, como ônibus e caminhões, mas não será exclusiva.
O assunto divide opinião entre pedestres, motoristas e até mesmo ciclistas. A quantidade de cruzamentos nas principais avenidas de Águas Claras e o pouco espaço entre as faixas e a ciclovia são os principais argumentos dos contrários à implantação.
Além da redução do espaço para os veículos automotores, a forma com que foi conduzida a operação incomoda a Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (AMAAC). Para aproveitar a sinalização da Novacap, que pavimentou a região recentemente, o projeto foi antecipado.
“Não foi apresentado à população nenhum estudo de riscos para uma mudança de trânsito, impacto da ação no fluxo das vias, planejamento da ação e, principalmente, garantias de segurança na utilização das ciclofaixas. Diante disso, solicitamos que o projeto não fosse iniciado pelas avenidas principais, por não termos acesso a nenhum laudo oficial que garanta a segurança da população”, disse a presidente da AMAAC, Janyce Freire.
A AMAAC ainda enviou um ofício ao Detran na quarta-feira (16) para esclarecer os problemas constatados pela associação, que fez medições nos locais de implementação das ciclovias e encontrou irregularidades com a regulamentação mínima exigida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Além da discussão do espaço público, a AMAAC cobrou um prazo para a conclusão do projeto.
Ciclistas
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Os ciclistas, em sua maioria, apoia a iniciativa. Mesmo contrariados com a forma com que a iniciativa foi apresentada à população, os atletas preferem um projeto mal feito à falta de um, e apontam as ciclovias como a solução para os engarrafamentos nas grandes metrópoles.
“Brasília ainda é uma cidade muito imatura em relação à educação no trânsito. Os motoristas e ciclistas não se respeitam. Porém, projetos como este incentivam as pessoas a utilizarem meios alternativos de transporte, reduzem o trânsito caótico em horários de pico e protegem a vida dos ciclistas”, disse o ciclista Lucas Oliveira, de 21 anos, que usa a bicicleta diariamente para se deslocar ao trabalho.
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