O leitor que me perdoe esta demonstração explícita de um pecado chamado Vaidade, mas não pude resistir á tentação de registrar aqui a sequência de dádivas que recebi no transcurso de 18 horas, das 6 da manhã à meia-noite, do último 20 de novembro, data em que completei 89 anos de vida, ainda lúcido e com a memória funcionando legal. Mais do que isso: tentando ser útil e fazer o Bem, sem olhar a quem. Como disse, tudo começou bem cedinho, quando acordei com um beijo de minha mulher Lêda Maria, companheira e Anjo da Guarda há 41 anos, que me ofertou com “um presentinho”, que na verdade foi um presentão: um lindo par de mocassins brancos de pelica, um dos meus fracos em assunto de vestuário.
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Quase em seguida, minha filha Fernanda e seu marido Marcus, um genro amigo, me tiraram da cama com o parabéns pra você, complementado por um carinhoso abraço e lembranças embrulhadas em papel colorido. Não demorou muito e recebi a ligação de meu filho Cláudio, misto de poeta e advogado bem-sucedido, que me borrifou com palavras de amor. Daí em diante, o telefone não parou de tilintar: daqui de Brasília, da querida filhota Paulinha (que traria à noite meus netos Manoelzinho e Gabi) e do Gilson Rebello, colega e amigão. Do Rio, de meus amados filhos Cecília, Daniel e Fernando; de Joinville, o Carlinhos, somando sete. Também do Rio de Janeiro, ligaram os netos Danielzinho, Juliana e Ana Paula. Ainda pela manhã, o desfile de parabéns telefônicos de amigos, incluindo dos 10 advogados do escritório de meu filho, da secretária Lana e do motorista Pereira, o que me deixou bastante emocionado.
Nem bem concluí a soneca após o almoço, recebo as visitas de dois escritores acadêmicos: meu guru literário Adirson Vasconcelos e Innocêncio Viégas, o melhor cronista de Brasília. Este último me presenteou com uma linda crônica, rebocada a uma garrafa de vinho estrangeiro finíssimo, esquecendo-se que o meu favorito continua sendo o garrafão Sangue de Boi, genuinamente nacional.
Como se tantas coisas boas não bastassem, a Lêdinha (como todos a chamam, carinhosamente) preparou um jantar familiar majestoso, com destaque de um bacalhau para nenhum lusitano botar defeito. E para acrescentar à minha felicidade, além dos netos Caio e Letícia, duas menininhas de nove e cinco anos, Bárbara e Maria Luíza, duas netinhas com Luz própria de Anjos, iluminaram este feliz 89º Aniversário, que se transformou numa Chuva de Bênçãos!