Chico Xavier, o maior médium do Brasil, ficou órfão aos quatro anos. Por isso, ele e os irmãos foram adotados por pessoas conhecidas. A Chico coube a pior situação, porque a mulher que o adotou, madrinha dele, era louca.
Ela batia em Chico diariamente. Às vezes, o furava com garfos, outras vezes o deixava com fome. Certa vez, aceitando a sugestão de outra louca, obrigou Chico a lamber a ferida do filho dela que não cicatrizava.
Para sorte do Chico, sua mãe, desencarnada, apareceu na hora, derramou um pó colorido sobre a ferida. E Chico só precisou fazer isto uma vez.
Outra vez, após apanhar e ficar com fome, foi chorar no quintal da casa. Sua mãe, mais uma vez apareceu-lhe. Vidente, ele queixou-se: Mamãe, por que a senhora me deixou?
– Jesus vai mandar outra mãe pra você, respondeu. Agora faça uma oração.
Chico recitou o Pai Nosso. Então, apareceu um cachorro com um jatobá na boca e soltou o fruto nos seus pés. A mãe, ensinou: “Misture com água e coma: é um grande alimento. Quando a gente tem fé pode ser ajudado até por um cachorro”.
Felizmente, o pai casou-se novamente e a nova esposa exigiu que o marido trouxesse todos os filhos de volta. Esta senhora, comportou-se em relação a Chico e seus irmãos como verdadeira mãe, embora Chico tenha desfrutado desta companhia apenas por sete anos. Ela morreu e Chico teve que ajudar na criação dos irmãos de sangue e mais cinco irmãos que nasceram de sua mãe adotiva.
Chico sempre foi vidente (visão dos espíritos) e, claro, pensava que os espíritos fossem encarnados. Ao confessar-se ao padre, este informou que tratava-se do demônio e que ele precisava rezar 1000 Ave Marias com uma pedra na cabeça, caminhando da igreja ao cemitério.
Ao cumprir a penitência, quando se aproximava das mil Ave Marias, algum espírito o atrapalhava e ele tinha que começar de novo.
As coisas melhoraram quando ele viu Emmanuel, que informou ser seu guia espiritual e que iriam trabalhar juntos, com uma recomendação expressa: “Se algum dia eu falar alguma coisa em desacordo com Cristo em Kardec, esqueça o que eu falei e fique com eles”.
Desta parceria resultaram mais de 400 livros e consolo para quem o procurava, principalmente, mães que tinham perdido seus filhos.