J. B. Pontes (*)
Finalmente, estamos na reta final da campanha eleitoral deste ano, marcada por atos de violência, fake news, ameaças à democracia, suspeitas infundadas sobre a lisura do processo eleitoral e outros atos promovidos por Bolsonaro e seus seguidores com o objetivo de tumultuar as eleições e criar um clima de terror na sociedade.
O pleito para presidente, conforme indicam os mais conceituados institutos de pesquisa, caminha para ser decidido no primeiro turno, o que nos livrará de um eventual segundo turno, cuja campanha pode ser muito mais caótica e temerosa.
No 2 de outubro teremos, afinal, a oportunidade de escolher o país que queremos viver. Poderemos optar em continuar com um governo que não tem nenhum compromisso com as pessoas, principalmente as mais desvalidas, e que a todo momento ameaça a democracia.
Ou, ao contrário, podemos escolher um novo governo, que possibilite o avanço da nossa frágil democracia e a mitigação da enorme desigualdade social e econômica que nos caracteriza como Nação. Um governo que se esforce para construir um país onde os cidadãos tenham mais oportunidades para estudar, trabalhar, empreender e viver com mais dignidade e segurança.
Temos, também, a chance de renovar os parlamentos, notadamente o Congresso Nacional, dominado pelo Centrão, um agrupamento de políticos corruptos que tomou conta da parte financeira do governo federal, desviando bilhões de recursos públicos para seus próprios bolsos. Nos exercícios de 2020 a 2022, R$ 53,4 bilhões do Tesouro Nacional foram carreados para as emendas RP9, o “orçamento secreto”.
Parte desses recursos, que poderia ter sido investida para melhorar a saúde e a educação públicas, está sendo usada pelos políticos do Centrão na atual campanha eleitoral, uma das mais caras da nossa história. A tudo isso somem-se ainda os exorbitantes valores dos fundos Eleitoral (R$ 4,9 bilhões) e Partidário (R$ 1,2 bilhão).
A maioria de nós já deve estar decidida quanto ao voto para presidente. No entanto, precisamos refletir bem sobre o voto para senador, deputado federal, estadual e distrital. Um parlamento formado por políticos compromissados com os interesses do povo e do País poderá controlar um mau presidente, eventualmente eleito por um “acidente de percurso”, como foi Bolsonaro.
Mas um bom presidente ou governador terá muito dificuldade de governar bem se não for apoiado pelo parlamento. E a pior situação é termos a conjugação de um mau governante e um mau Parlamento, como no presente momento. Portanto, precisamos refletir bem. Nunca foi tão necessária a renovação dos nossos deputados e senadores.
Na dúvida, podemos votar na sigla de um dos partidos que apoiam o candidato a presidente que escolhemos. Considerando, por exemplo, os dois líderes nas pesquisas, se escolhermos Lula, conveniente é que votemos 13 – PT; 65 – PCdoB; 43 – PV; 40 – PSB; 50 – PSOL; 18 – Rede; 70 – Avante; e 36 – Agir. Se votamos no Bolsonaro, seria apropriado votar nos partidos do Centrão: 22 – PL; 11 – PP; 77 – Solidariedade; 14 – PTB; 44 – União Brasil; 35 – PSD; 15 – MDB; 90 – PROS; 20 – PSC; e 51 – Patriota.
Deus ilumine a todos nós, para que possamos fazer a melhor escolha, de forma a contribuir para o avanço da luta por uma Nação pacífica, mais justa, mais igualitária e mais solidária.
(*) Geólogo, advogado e escritor