Há muito que os profissionais da educação reclamam do uso indiscriminado do celular nas salas de aula. Antes, por causa do distúrbio que causa numa escola alunos agarrados ao celular falando com pessoas que não têm nada a ver com o ensino.
Como quadro negro mostra apenas a conjugação de um verbo, a localização de cidades nos mapas, ou algo no gênero – em vez de mostrar as belas paisagens de um continente distante ou a vida íntima das pessoas, forma-se o desencontro.
Mas hoje, a agravante é a jogatina compulsiva. Ora, ter a esperança de ganhar fácil um dinheirinho – coisa que o clã dos influenciadores divulga com muito carinho e grana – é melhor do que estudar e aprender alguma coisa que preste.
A preocupação de quem trabalha no ramo é tanta que alguns profissionais sugerem medidas drásticas, como proibir o uso do celular na escola.
E depois que saem da escola, quem se arrisca a palpitar? Os pais, normalmente, nem sabem com o que seus filhos estão brincando – aliás, nem sabem que os adolescentes consideram o jogo como a coisa mais excitante da hora do recreio.
Mas esta é a realidade – e escrevo aqui como faria qualquer bedel de escola pública ou particular: sobre o óbvio, com pouca esperança de ser entendido. Mesmo porque, jogar problema somente nas costas dos educadores é missão pra Tom Cruise. Lembra do ditado “quem pariu Mateus que o embale”?