No turfe, chama-se de “cavalo paraguaio” aquele que queima a largada, sai na frente e cansa no final. Pelo jeito, na corrida ao Buriti em 2026 o que não falta é precipitação dos pretendentes à sucessão do governador Ibaneis Rocha (MDB).
Armadilha – Quem armou a arapuca foi o próprio Ibaneis. Ao reassumir o cargo após o afastamento determinado pelo STF por suspeita de omissão nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o governador, num gesto de gratidão, declarou apoio à vice Celina Leão (PP/foto), por sua postura fiel durante a interinidade.
Patos – O anúncio causou uma reação em cadeia em adversários, que caíram como patos. O PSB viu ali a oportunidade de apresentar Ricardo Capelli (foto), que atuara como interventor no DF, nomeado pelo presidente Lula. O Republicanos retrucou com a senadora Damares Alves. E o tucano Izalci Lucas (foto) não tardou a bicar a isca de Ibaneis.
Reserva de luxo – Buscando preencher o campo da esquerda, Reginaldo Veras (PV) apressou-se em inscrever seu nome no páreo. Com uma condição: daria preferência ao correligionário Leandro Grass, que foi ao 2º turno contra Ibaneis no ano passado, e à petista Erika Kokay.
Ribalta – Quanto a Erika, o ex-pedetista tem pouco com o que se preocupar. O máximo que a eterna deputada federal aceitaria arriscar seria uma candidatura ao Senado. Grass, no entanto, se manterá candidato enquanto puder. Aproveitará essa condição e o cargo no Iphan para garantir preciosos espaços na ribalta da mídia.
Muy amigas – Embora se declarem “amigas”, Celina e Damares tendem a dividir os votos da direita. Com o apoio de Ibaneis e a máquina do GDF na mão, a vice dificilmente aceitará concorrer a outro cargo. Já a senadora deverá aproveitar a oportunidade de testar seu nome sem correr riscos. Afinal, ainda terá a metade do mandato a cumprir.
Calmaria – Enquanto isso, Ibaneis, autor intelectual de todo esse furdúncio, navega em águas tranquilas, rumo ao projeto de se eleger senador em 26 e, quem sabe, retornar ao Buriti em 2030.