Carros antigos vão desfilar no 57º aniversário de Taguatinga

Gustavo Goes

Enquanto a Justiça mantém o Museu do Automóvel de Brasília fechado e “estacionado no tempo” há dois anos, como mostrou a edição 183 do Brasília Capital, o tradicional desfile de carros antigos de Taguatinga estará de volta nas comemorações do 57º aniversário da cidade, no dia 5 de junho.

Mais do que carros antigos, a história estará presente na carreata na Avenida Comercial Norte, retomando uma tradição de vinte anos. Quem aprecia raridades sobre quatro rodas, como Maverick, Fusca, Jeep e Opala, já tem um encontro marcado para o dia 7 de junho de 2015.

A ideia do desfile foi do escritor Emanuel Lima, membro da Academia de Letras de Taguatinga (ALT), e serviu de inspiração para outras cidades no país. Ele conta, com orgulho, que uma senhora canadense prometeu que, quando retornasse ao seu país, promoveria, nos mesmos moldes do que acontece em Taguatinga, um desfile na Província de Ontário. Para isto, “não mediria esforços junto ao prefeito local”.

Nem mesmo o design singular dos carros que ali desfilavam tinha mais destaque do que a história que eles carregavam. “O Museu do Automóvel de Brasília enviou um Willys Itamaraty Presidencial, usado em 1966 pelo ex-presidente Castelo Branco. Era uma bela limusine preta, que foi muito aplaudida pelo público”. Estava presente também o Chevrolet Camaro conversível, de 1967, que apareceu no filme ‘Roberto Carlos em Ritmo de Aventura.

E não para por aí. Em outras edições o espetáculo a céu aberto contou com a presença de um De Sotto (1937), que pertenceu a uma máfia japonesa que atuava em São Paulo, a Yakuza, que forçava os residentes japoneses a pagar um tributo em troca de segurança. Além de um Plymouth, com rabo de peixe, 1958, que pertenceu ao ditador da Bolívia.

O carro mais badalado da última edição foi a perua (ou camionete) DKV Vemaguet 1961. Porém, a partir de conversas com a diretora cultural do Memorial JK, a expectativa é que o sonho de levar para a próxima festa um Ford Galaxie, de 1974, usado pelo ex-presidente Juscelino Kubistchek, se torne realidade.