José Matos
Pobre humanidade! Adoece porque só pensa em receber. Não saiu do primeiro degrau da infância espiritual. Vive desatentamente. Se vivesse com atenção, perceberia que vivemos num regime de interdependência.
Você algum dia pensou que respira e está vivo porque as plantas produzem oxigênio? Você, em algum momento, pensou que, sem os beija-flores e algumas aves, morcegos vegetarianos, insetos e borboletas não teríamos frutos para comer, porque são eles que polinizam as flores que se transformam em frutos?
Pense no seu dia a dia e veja quanta ajuda você recebe. Será que você não tem sido ingrato? Perceber o outro, a ajuda que recebe e cooperar são o segundo e o terceiro degraus da escada evolutiva. Assim, você sai do “eu” e descobre que viver é “nós” – todos se ajudando, todos aprendendo com todos.
Eu, você, nós. Esta é a escada da evolução. A natureza nos fez produtores de energia, não só para viver, caminhar, exercitar-se, mas também para amarmos. Quando esta energia não é direcionada, carinhosamente, pela fala, pelos abraços, beijos, toques, chacras, realizações e trocas afetivas, ela acumula-se e pressiona o sistema nervoso, causando irritação, impaciência, agressividade, intolerância.
Isto acontece muito, mesmo entre casais que não se amam e, embora vivam juntos, não se suportam porque nunca se amaram ou deixaram a chama do amor se apagar. Quem ama, cuida. Ame, nem que seja plantas e animais, mas ame!
A construção do ser integral é feita de etapas, ciclos e vivências. Quando alguma delas não é vivenciada, a carência afetiva se instala, faz-se um vazio. Este vazio, do qual muita gente se queixa, é falta de realização do propósito, do sentimento amoroso não canalizado para algo ou alguém, de falta de espiritualidade ou do lugar da realização do propósito que deve ser um ato de amor.
Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre. Tal é a lei, ensinou Leon Denis. Crescer e cooperar são as duas leis mais importantes da vida. As duas devem andar juntas. Quem as pratica fica sob as bênçãos e proteção de Deus, e livre da carência afetiva, que é uma das causas de mais violência e suicídio no mundo.