A escassez de chuvas e a continuidade da crise no DF obrigaram a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) a tomar mais medidas para garantir a segurança hídrica no território. Por meio das Resoluções nº 1 e nº 2, publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal desta segunda-feira (20), a estatal limita a captação de água nos Reservatórios do Descoberto e de Santa Maria.
“Se as condições não forem favoráveis, podemos diminuir ainda mais [o limite de captação]. A meta é termos água para enfrentar a seca”, ressaltou o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (20), na sede da agência. Ele detalhou as resoluções, contextualizou a situação hídrica no DF e falou das ações de racionamento, como diminuição na pressão e rodízio no fornecimento.
\”Se as condições não forem favoráveis, podemos diminuir ainda mais (a captação de água nos reservatórios). A meta é termos água para enfrentar a seca\”Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa
No Descoberto, a captação será de 3,5 mil litros por segundo durante o mês, contra os atuais, em média, 3,8 mil litros. Já em Santa Maria, a vazão mensal captada será limitada a 500 litros por segundo (hoje são cerca de 35o).
“A diferença fundamental é que um demora mais para encher do que o outro. Não podemos tratá-los da mesma maneira”, explicou Salles. De acordo com ele, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) tem até 6 de março para implementar a decisão.
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A medida é justificada pelo baixo nível dos reservatórios, que deveriam estar acima dos 60% de capacidade. Às 7h30 desta segunda-feira (20), a Barragem do Rio Descoberto estava com 37,49% da sua capacidade, e o Reservatório de Santa Maria, com 45%. “Santa Maria pode levar até quatro anos para se recuperar, então precisamos poupar o sistema”, destacou o diretor-presidente da Adasa.
Outras medidas para combater impacto da seca no DF
O revezamento nas regiões abastecidas pelo Descoberto começou em 16 de janeiro e atingiu cerca de 1,8 milhão de pessoas em Águas Claras, na Candangolândia, em Ceilândia, no Gama, no Guará, no Núcleo Bandeirante, no Park Way, no Recanto das Emas, no Riacho Fundo I, no Riacho Fundo II, em Santa Maria, em Samambaia, em Taguatinga e em Vicente Pires.
A determinação integra um conjunto de ações do governo de Brasília desde 2016 para combater o impacto da seca no DF, como a cobrança da tarifa de contingência, a restrição no horário para captação por caminhões-pipa e a orientação para estabelecimentos como lava-jatos. Também foram tomadas medidas como um acordo com agricultores para restringir o uso de irrigadores e a obrigatoriedade de redução do consumo de água em 10% nos órgãos do governo de Brasília.
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