A capacidade de atendimento do Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Brazlândia será duplicada com a nova unidade, em construção. Com as lajes recém-colocadas, a obra segue dentro do prazo para a entrega em janeiro, 120 dias desde o início em 6 de setembro. Segundo a Secretaria de Saúde, a estrutura terá um espaço maior para que os procedimentos de tratamento e controle de qualidade do leite sejam feitos. O atual banco tem 45 metros quadrados, enquanto o novo terá 148.
A chefe da unidade e nutricionista, Gisele Pereira Gomes, detalha as etapas. “Avaliamos a acidez, fazemos o crematócrito (processo que informa o valor calórico), avaliamos a microbiótica, medimos a qualidade da cor e do odor. Por último, o leite é pasteurizado.” Depois, o líquido é armazenado em refrigeradores da unidade. De janeiro a 30 de novembro de 2017, 609 crianças receberam amamentação pelo banco de leite de Brazlândia — a média mensal é de 55 crianças atendidas e de 44 litros recebidos.
Gisele explica que as doações vão para crianças das áreas rural e urbana de Brazlândia e para moradores do Entorno. As doadoras costumam residir nessas mesmas áreas, como Ane Cristiele de Oliveira, de 31 anos. A equipe do hospital ensinou a professora da rede pública de Goiás a tirar o leite. “Agora eu mesma faço quando meu filho termina de beber.” Orçado em R$ 529 mil, o novo banco sairá por R$ 349 mil, devido ao valor oferecido pela empresa que venceu a licitação, a Lago Tecnologia. Os dados são da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Como doar
Para informações sobre doação de leite, é possível ligar no número 160, opção 4, ir a um dos bancos de leite do DF ou acessar o portal Amamenta Brasília na internet. Nos três casos, a doadora recebe orientações sobre como retirar o leite da mama, como receber os materiais de coleta em casa e os dias em que os bombeiros recolhem na região. De acordo com a pasta de Saúde, de 800 a 900 bebês de Brasília são amamentados pelos bancos de leite da cidade por mês.
A coordenadora dos Bancos de Leite da secretaria, Miriam Santos, enumera as necessidades para doações. “Às vezes, as crianças não pegam o peito, e as mães não sabem o que fazer. Bebês com má formação podem não conseguir tomar o leite fisicamente. Outros podem ter alguma doença que requer o leite doado.” vUm exemplo dessas condições são problemas cardíacos. Um bebê com esse tipo de doença tem que fazer maior esforço para mamar. Ao mesmo tempo, o coração dessa criança requer uma alimentação reforçada.
Miriam destaca que o Brasil assinou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2025, que preveem que 50% da população de crianças até os 6 meses receba alimentação exclusivamente do leite materno. Atualmente, Brasília está com 65%.