Por Bruno Santa Rita
A cantora carioca Dhi Ribeiro, que é radicada em Brasília, festeja o centenário do samba em eventos por todo o país, o que, segundo ela, tem dado oportunidade de amplificar a mensagem que o gênero musical representa a causa feminina e negra. Em entrevista para a Agência de Notícias UniCEUB, a artista de 51 anos afirmou que o trabalho das sambistas é representativo e importante já que mostra a figura da mulher na liderança de um grande trabalho como o que é feito em seus eventos.
Isso contrasta, segundo Dhi Ribeiro, com a predominância dos homens no samba que é apontado pela cantora como frequente nos dias de hoje. Mesmo com a predominância masculina no samba a cantora cita as sambistas Yvone Lara e Clementina de Jesus como grandes mulheres do Samba. “Além de cantoras, nós somos fomentadoras de um trabalho em equipe, onde uma mulher (Dhi Ribeiro) é a liderança do trabalho”, afirma a cantora.
Para Dhi Ribeiro, o samba é a música que representa o país. Sendo assim, o gênero musical traz história dos nossos ancestrais e transmite a nossa cultura africana absorvida nos tempos da escravidão e entrega para o resto do mundo. “Eu acho pelo fato de o samba ser quase totalmente nacional, acabou trazendo uma identidade e uma liberdade de expressão que estava faltando para alguns segmentos da sociedade. Nós não vemos personagens negros em nossa literatura como personagens principais, por exemplo. E o Samba dá voz a esse povo”, comentou Dhi Ribeiro. Para a cantora, é muito gratificante participar de um evento no qual ela pode interpretar as músicas que ela escolheu para representar suas ideias.
As influências da cantora vêm de grandes nomes da música brasileira como Alcione, Clara Nunes e Beth Carvalho e de vários outros segmentos do Samba como “O Samba do recôncavo”, “o samba de roda”, “o Samba Reggae”.
A cantora também trabalha, em suas músicas, o discurso da diversidade por meio das letras, como por exemplo, em seu primeiro disco, “Manual da Mulher”, lançado em 2009, onde há a temática do amor sem discriminação de gênero. “O meu primeiro disco fala muito de amor. Não importa gênero, não importa cor”, reforça Dhi Ribeiro. A cantora também afirma ser presente em seus shows todo o tipo de público. “Todo mundo que se identifica com as minhas letras participa dos shows. Alguns já passaram a serem meus amigos. Sou completamente contra o preconceito. Meu único preconceito é contra a ignorância”, brinca a artista.