O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira (3) que a Casa deve avançar no debate sobre punições mais duras a comércios que vendem bebidas adulteradas, incluindo metanol. “Esse é um assunto que preocupa o Brasil. Vamos agir de maneira enérgica e firme”, garantiu.
Na quinta-feira (2), a Câmara aprovou a urgência do projeto que torna crime hediondo a falsificação de bebidas. Segundo Motta, a escolha do relator deve ocorrer ainda neste fim de semana.
O tema ganhou força no Congresso Nacional diante a alta de casos registrados no Brasil. Até às 12h desta sexta (3), o Ministério da Saúde havia contabilizado 60 notificações de suspeita de intoxicação por metanol em todo o país. 11 deles foram confirmados em São Paulo, onde já há a confirmação de uma morte e a investigação de outras cinco. Em Pernambuco, dois óbitos também são apurados, enquanto na Bahia foi registrada a primeira morte suspeita de intoxicação por metanol: um homem de 56 anos, morador de Feira de Santana.
Já no DF, há um caso suspeito em investigação: o do rapper Hungria, que segue internado no Hospital DF Star após ingestão de suposta bebida adulterada, em uma distribuidora de Vicente Pires. Os exames que podem confirmar a contaminação por metanol podem levar de cinco a sete dias para serem divulgados.
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Ações
Em um cenário de incertezas e mais perguntas do que respostas, o Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar os casos de intoxicação por metanol e coordenar as ações de resposta. O espaço, que reúne dados em tempo real e articula medidas junto a órgãos federais, estaduais e municipais, ficará ativa enquanto houver risco sanitário e necessidade de monitoramento nacional.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por sua vez, acionou autoridades internacionais para viabilizar a importação do fomepizol, medicamento usado como antídoto em casos de envenenamento por metanol. O remédio não está disponível no mercado brasileiro.