Walberto Maciel
A Câmara dos Deputados decidiu por 277 votos a favor da manutenção da prisão, 129 votos contra e 28 abstenções. Resultado, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido) que é acusado de ser um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ). Mesmo com a movimentação dos partidos que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro, ditos da extrema direita para liberar o parlamentar os outros congressistas deram a resposta que a sociedade esperava. Brazão está preso desde o dia 24 de março, por ordem do ministro Alexandre de Moraes (foto) do Supremo Tribunal Federal.
Esta foi a segunda derrota que a direita sofreu na Câmara em um mesmo dia. A primeira foi na Comissão de Constituição e Justiça, onde a apavorada deputada Bia Kiccis (PSL-DF) encerrou a sessão em segundos após anunciar o resultado da votação, 39 deputados votaram pela manutenção da prisão de Chiquinho Brazão contra 25 deputados que votaram contra.
Um dos pontos que foi importante para esvaziar o movimento dos partidos de centro e direita que se articulavam para tirar o deputado carioca da prisão foi o voto do relator, deputado Darci Matos (PSD-SC) que votou pela manutenção da prisão. “Não podemos colocar o direito individual sobre o direito de todos”, afirmou o parlamentar.
Derrotados – Quem sofreu as maiores perdas com o resultado foi o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) que durante todo o dia ficou postando vídeos em suas redes sociais explicando o que estava acontecendo pela visão da direita que teme principalmente que Brazão aceite uma delação premiada e entregue outras pessoas envolvidas no crime da vereadora ou mesmo em outros crimes praticados no Rio de Janeiro pelos parlamentares envolvidos com o crime organizado.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas) não vai assumir, mas a derrota da direita afeta diretamente sua liderança dentro da Câmara às vésperas de uma campanha para o cargo que ele ocupa e que tem interesse em eleger o deputado Elmar Nascimento (União-BA). Antes da votação no plenário, o presidente da Câmara fez uma reunião com o colégio de líderes para explicar qual seria o rito da votação e deixou bem claro que, o deputado que faltasse à sessão da votação não perderia nem o pagamento do dia.