Caroline Romeiro (*)
O mercado de suplementos alimentares no Brasil cresceu de forma expressiva, nos últimos anos, impulsionado pela busca por saúde, bem-estar, desempenho físico e estética. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), cerca de 60% das famílias brasileiras têm algum membro que consome ou já consumiu algum tipo de suplemento, como vitaminas, minerais, fitoterápicos e proteínas em pó.
Mas, afinal, o que são suplementos alimentares? Segundo definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tratam-se de produtos destinados a complementar a alimentação, fornecendo nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados, com efeito nutricional ou fisiológico. Eles não substituem refeições e não devem ser confundidos com medicamentos.
Apesar de sua ampla utilização, a segurança desses produtos merece atenção. Casos de contaminação, falsificação e adulteração de suplementos já foram registrados no País, colocando em risco a saúde do consumidor. O uso indiscriminado e sem orientação profissional pode levar a desequilíbrios nutricionais, sobrecarga de órgãos, como fígado e rins, além de interações negativas com medicamentos.
É nesse contexto que se torna fundamental o papel do nutricionista, profissional habilitado para avaliar a real necessidade do uso de suplementos, prescrever de forma adequada e acompanhar os resultados, sempre considerando o histórico clínico, o estilo de vida e os objetivos individuais de cada pessoa.
A fiscalização também é ponto central dessa discussão. Esta semana, aconteceu uma audiência pública na Câmara dos Deputados, com a participação do Conselho Federal de Nutrição (CFN) e da Anvisa, para debater a regulação, a qualidade e os riscos relacionados aos suplementos alimentares, visando ampliar o diálogo entre especialistas, governo e sociedade. O objetivo é garantir maior segurança ao consumidor e transparência ao mercado.
Diante de um cenário de consumo em ascensão, informação e responsabilidade são indispensáveis. Suplementos podem ser aliados da saúde quando bem indicados e utilizados sob supervisão profissional, mas seu uso sem critério representa riscos que não devem ser ignorados.
(*) Mestre em Nutrição Humana e doutoranda em Ciências da Saúde
Instagram: @carolromeiro_nutricionista