Que tipo de buscador espiritual é você? Real ou iludido? Se estiver atrás de fama, aplauso, poder, cargos ou reconhecimento, você está completamente equivocado.Ao receber o pedido de um jovem que queria segui-lo, Jesus ensinou e o descartou: \”eu não tenho nem onde reclinar a cabeça\”.
Os Mestres costumam dispensar os falsos buscadores, de imediato. O falso cria problemas, provoca desconfiança e desunião. O verdadeiro, desde o início, demonstra interesse, humildade, colaboração, embora passe por crises.
A busca espiritual é como uma caminhada de 100 quilômetros. Somente após o Km 50 é que tudo melhora gradativamente. Até lá, o buscador terá momentos de dúvidas, conflitos, ilusões de grandeza, desânimo, desconfiança, e tudo vai passando até que ele comece a confiar em si mesmo; confiança que só é possível pela prática constante do bem e desenvolvimento da sabedoria.
O apóstolo Paulo entrou em conflito com a velha fé judaica e a nova fé cristã. Afastou-se; foi para o deserto, e durante três anos, estudou o Evangelho de Cristo, meditou, refletiu, modificou-se, e aplicou-se com determinação.
O apóstolo Pedro vacilou até que, após negar Cristo três vezes, transformou-se, e dedicou-se até o final da vida. Swami Rama, grande Mestre da Índia, no seu excelente livro autobiográfico \”Vivendo entre os Monges do Himalaia”, afirma que duvidou do seu guia até os vinte anos de idade, e somente após enfrentar e fracassar em quatro provas, dedicou-se em definitivo.
De forma semelhante aconteceu com Vivekananda, maior discípulo de Ramakrishna. Duvidou, desanimou, até que tudo passou.
No Brasil, Chico Xavier, passou por inúmeros problemas. E, como Vivekananda, também teve seus momentos de dúvidas até ganhar o mandato mediúnico (antena oculta para seestar em comunicação permanente com seus guias, descrito por André Luís no livro \”Nos Domínios da Mediunidade”.
Nada deve se perder na busca espiritual. Dúvidas, desânimos, ilusões, equívocos, são material de compreensão a ser usado com os alunos próprios. \”Eis que tenho vos chamado amigos porque tudo que aprendi do meu pai tenho lhes ensinado\”. O discípulo é mais que um irmão. É um amigo.