Ailton Krenak é um velho conhecido dos movimentos indígenas. Escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, ele é, porém, antes de tudo um Krenak, defensor das terras, da cultura e da história dos que chegaram por aqui muito antes de nós.
Deve-se acrescentar: um defensor amargurado pelo fato de Brasília não ser um lugar acolhedor para os povos indígenas.
Em entrevista ao Correio Braziliense, Ailton lembra que o Memorial dos Povos Indígenas – um belo desenho de Niemeyer, concorda – não é capaz de guardar um acervo de arte e, assim como não acolhe a arte, também não é capaz de acolher as pessoas.
Na esclarecedora entrevista, ele explica porque aceitou o convite para ser membro da ABLetras – mesmo sendo definida como machista, patriarcal e conservadora: aceitou para se manifestar sobre a literatura, a oralidade. Afinal, os povos indígenas têm histórias para contar há mais de dois mil anos.
Ailton Krenak aborda vários temas cruciais na entrevista – mas os abordados neste espaço já não seriam bons motivos para a Capital do Brasil acolher nossos moradores ancestrais?