Brasília volta mais uma vez ao topo das cidades mais caras do país. O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referentes a novembro. Em ambos couberam à Capital Federal as maiores taxas acumuladas no ano e nos últimos doze meses. O IPCA mede a inflação de quem ganha até 40 salários mínimos, cerca de R$ 39 mil. Já o INPC apura o custo de vida de quem ganha até cinco salários mínimos, cerca de R$ 4.9 mil.
Medida pelo IPCA, a inflação acumulada no ano no DF chegou a 3,15% e, nos últimos doze meses, a 4,31%, bem acima das outras metrópoles e da média nacional, que foram, respectivamente, de 2,5% e 2,8%. Um dos fatores que puxaram para cima a inflação no DF foi a alimentação fora de casa, que ficou quase dez vezes mais cara do que a média nacional. No Brasil, esse grupo de despesa apresentou alta de 0,21%, enquanto em Brasília foi de 2,06%. Quem também apertou o bolso do brasiliense foi a CEB. A energia elétrica teve reajuste médio de 6,84%. Comparando-se novembro com outubro, os vilões foram os custos com habitação e vestuário.
Media pelo INPC, o retrato da inflação candanga não foi muito diferente: 2,92%, nesse ano até novembro, e 3,81%, nos últimos doze meses. A taxa anual é, praticamente, o dobro da média nacional, 1,95%. Além das despesas de habitação e vestuário as despesas com transportes foram as que mais impulsionaram o custo de vida de outubro a novembro.
Salários e empregos
Se de um lado os preços sobem para o brasiliense, de outro, o nível do desemprego continua elevado e o valor do salário médio daqueles que ainda estão contratados vem caindo. São mais de 300 mil pessoas desempregadas no DF.
Segundo o IBGE, no terceiro trimestre deste ano a taxa de desocupação na Capital Federal foi de 12,3%. Mas essa taxa não considera desocupado quem vive de bico. Assim o desemprego real pode ser ainda maior.
O ganho médio do assalariado candango foi reduzido em 3,34%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em números isso significa uma queda de R$ 3.772 em 2016 para R$ 3.646. A cada mês, R$ 126 a menos na carteira. E isso para quem tem carteira assinada, pois o rendimento médio dos trabalhadores por conta própria é bem menor: R$ 2.080.