Rollemberg diz que aumento da população, falta de investimentos e de chuvas levou o DF à crise hídrica. Foto: Andre Borges/Agência Brasília
O governador Rodrigo Rollemberg participou, nesta segunda-feira (19), da cerimônia oficial de abertura do 8º Fórum Mundial da Água, que começou nesse domingo (18) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A solenidade que dá início às mesas de debate do evento ocorreu no Palácio do Itamaraty e contou com a presença de diversas autoridades, entre as quais chefes de Estado. “Brasília os recebe com muito carinho e de braços abertos. Brasília é patrimônio cultural da humanidade e, a partir de hoje, a capital mundial da água. Os desafios em relação aos recursos hídricos são locais, nacionais e mundiais. Precisamos compartilhar água. Para isso, precisamos compartilhar saberes, culturas, opiniões, ideias, experiências”, discursou Rollemberg.
Para Rollemberg, o 8º Fórum Mundial da Água deve deixar um legado para esta e para as futuras gerações. “Estamos tratando do tema mais importante para o futuro da humanidade. Nada pode nos unir tanto quanto a água.” O governador destacou os efeitos em Brasília da grave seca dos últimos anos e da ausência de cuidados com o tema nas gestões anteriores. “O expressivo crescimento populacional ao longo de décadas, associado à falta de investimentos em infraestrutura e a três anos com volume de chuvas muito abaixo da média histórica, nos levou a uma crise hídrica. O apoio da população, aliado aos investimentos feitos pelo governo, nos permite vislumbrar tempos de segurança hídrica.”
Ao abrir oficialmente o fórum, o presidente da República, Michel Temer, falou da necessidade de abordar o tema de forma coletiva. “O desafio da sustentabilidade é complexo. Exige políticas coordenadas e ações permanentemente integradas dentro dos países e entre os países”, disse.
Temer ressaltou que o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é histórico, ao citar eventos sediados no País, como a Rio 92 (a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992) e a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012). Também discursou no Itamaraty o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga. “A gestão compartilhada e eficiente da água é um dos marcos da segurança hídrica. Com mais de 1,2 bilhão de pessoas vivendo em bacias hidrográficas onde a regra é a escassez, é importante o compartilhamento dos recursos”, enfatizou.
Vila Cidadã
Apesar de a abertura do 8º Fórum Mundial da Água ter sido apenas hoje e de a Expo ter iniciado ontem, a Vila Cidadã funciona desde sábado (17). O espaço é aberto ao público e oferece atrações das 9 às 21 horas. Em dois dias, cerca de 25 mil pessoas passaram por lá. A área tem mais de 10 mil metros quadrados e fica no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Para ter acesso à Vila, basta se credenciar no site oficial. O registro pode ser feito no local, mas, de acordo com a organização, o envio antecipado dos dados ajuda a evitar filas.
Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos. Em Brasília, é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa-DF) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional de Águas (ANA).
O fórum ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
8º Fórum Mundial da Água
Até 23 de março (sexta-feira)
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Inscrições abertas no site oficial