A seleção brasileira conseguiu a sua segunda vitória no futebol de cinco dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Em jogo disputado no Parque Olímpico da Barra, o Brasil venceu a Turquia por 2 a 0, com gols de Ricardinho e Cássio. O resultado garantiu, com uma rodada de antecedência, a classificação do Brasil para as semifinais da competição.
O início da partida foi truncado. A Turquia – que havia segurado o Irã na estreia e empatado por 0 a 0 – optou por uma marcação forte na intermediária de defesa. Ao contrário do início do jogo contra o Marrocos, quando criou muitas chances, o Brasil quase não conseguia ultrapassar a linha de defesa do adversário. Por outro lado, a Turquia também não assustava. Em toda a primeira etapa, o adversário do Brasil não deu um chute a gol.
Demorou para a seleção furar a barreira do adversário. Aos 13 minutos do primeiro tempo, o Brasil abriu o placar. Ricardinho entrou driblando pelo meio e chutou de longe. A bola, com efeito, entrou no canto esquerdo do goleiro Aktas. Nenhum dos dois voltou até o final do primeiro tempo. Após o jogo, o craque da seleção descreveu o lance: “Quem não arrisca, não marca. Eu costumo treinar esse chute à longa distância e eles estavam muito fechados. Fui feliz no lance e marquei”, comemorou Ricardinho.
No minuto seguinte, um lance preocupante. Nonato bateu a cabeça com o turco Bayraktar. Após o lance, os dois ficaram no chão. Por precaução, os dois jogadores foram substituído. Ainda no mesmo lance, o turco Coban sentiu uma lesão muscular e também saiu.
Depois do jogo, Nonato, que levou alguns pontos no supercílio, descreveu o lance. “Tem uma regra no jogo que é de gritar “voi” para avisar que está próximo à bola. Ele não gritou e a gente bateu. Deveria ser falta e saí porque sangrou um pouco. Mas no segundo tempo eu já estava pronto para voltar”, afirmou. Nonato ainda voltou ao jogo só que com uma touca de nadador e um curativo no supercílio.
Na segunda etapa, o Brasil tentou uma pressão inicial. Aos 12 minutos do segundo tempo, Ricardinho entrou driblando e foi derrubado na área por Uzum. Pênalti. Na cobrança, Cássio chutou rasteiro, Aktas chegou a tocar na bola, mas não evitou o segundo gol. A torcida quebrou o silêncio no local e começou a cantar “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.
O silêncio da torcida se quebrou novamente aos 22 minutos do segundo tempo. Após uma dividida, Cássio tomou um cartão amarelo após falta em Bayraktar. O juiz só não havia visto que o jogador deu um soco no estômago do brasileiro. O estádio passou a vaiar a interpretação. Só após o auxiliar apontar o que havia acontecido, o juiz expulsou o turco e a torcida vibrou.
O técnico da seleção, Fábio Vasconcelos, reclamou do lance e disse que a torcida foi decisiva para o cartão. “Primeiro, acho que o Cássio não deveria ter levado o cartão por não ter gritado “voi”. O cartão dele complicou um pouco a gente por causa de uma eventual suspensão para as semifinais. Na segunda parte do lance, a torcida ajudou demais. O juiz demorou para se decidir pela expulsão, mas a vaia serviu para ele ver que estava errado. O telão também ajudou”, conta.
A vitória garantiu a classificação da seleção brasileira com uma rodada de antecedência. Agora, o Brasil decide quem fica em primeiro lugar no grupo em jogo na próxima terça-feira (13) contra o Irã. Um empate na partida final da fase classificatória garante a ponta do grupo para o Brasil. Fábio ainda não sabe se vai poupar jogadores: “Eu iria tirar o Damião, mas como o Cássio também tomou cartão, fica difícil. Vou pensar certinho no treino de amanhã”.
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