O famoso cantor Sílvio Caldas e o compositor Sérgio Bittencourt diziam que Josemir Barbosa era “O Último Seresteiro do Brasil”. Ele morreu na segunda-feira (6), em Brasília. Seu corpo será sepultado às 10h30 desta quarta (8), no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
Pernambucano de Garanhuns, onde começou a carreira cantando em programas da antiga Rádio Difusora (hoje Rádio Jornal), ele se tornou conhecido no Rio de Janeiro, e fixou moradia em Brasília desde 1984 com sua companheira Nires.
Dono de uma voz grave e com repertório ao estilo Nelson Gonçalves e Orlando Silva, Josemir gravou dezoito CDs. Na capital da República, se apresentava em casas noturnas, hotéis e recepções sociais para autoridades brasileiras e estrangeiras. Tornou-se “brasiliense por adoção”.
Um de seus mais ilustres admiradores, quando ainda morava no Rio, era o ex-presidente Juscelino Kubistchek.Em Brasília, após longa temporada no Glauco’s, fez shows em casas como a Mouraria, Antigamente, Churrascaria Laçador e no restaurante do Bristol Hotel, sempre incentivado por um grupo de amigos liderado pelo falecido jornalista Fernando Pinto, que nos últimos anos de vida foi cronista do Brasília Capital.
Lição de mãe – Nascido em 1º de janeiro de 1938, Josemir começou a tocar violão ainda criança, sob orientação de sua mãe. Muito jovem, saiu de Garanhuns para Recife e depois para o Rio de Janeiro, onde foi reconhecido como um dos dez melhores cantores dafamosa boemia carioca.
Mudou-se para Brasília em 1984, onde começou a cantar no extinto Glauco’s Restaurante, na 208 Sul. Apaixonou-se pela qualidade de vida da cidade e nunca mais saiu.
Entre os discos gravados por Josemir destacam-se:Uma noite na fossa (Rio de Janeiro, 1967); Simplesmente Josemir Barbosa (Brasília, 2002); O Cantor da noite(Brasília, 2003); Tributo a Nelson Gonçalves e Altemar Dutra (Brasília, 2004); Passado e presente (Brasília, 2005); Mesa de Bar (Brasília, 2006); Enquanto houver saudade (Brasília, 2007). No último, de 2018, fez uma viagem pelo universo feminino, interpretando canções que trazem nos títulos nomes de mulheres.
Velório
Amigo de ícones da Música Popular Brasileira, como Tito Madi, Walescka, Sílvio Caldas e Sérgio Bitencourt, Josemir Barbosa será velado nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (8) na capela 4 do cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, e sepultado às 10h30.
No card em que convida para a despedida do companheiro de quatro décadas, Nires reproduz um verso da música “A volta do boêmio”, de Nelson Gonçalves: “Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão”.