Mario Pontes nasceu em Nova Russas, em 1932. Filho de um habilidoso marceneiro, um verdadeiro artista da madeira, conhecido por Mestre Mundico Pontes (Raimundo Evangelista Pontes), que também era fabricante de instrumentos musicais (lutiê) e leitor de jornais, hábito que passou para o filho.
Mario Pontes foi um exemplo de ser humano que conseguiu superar as dificuldades que enfrentou na infância, vivida nos Sertões dos Inhamuns e projetar-se nacionalmente como um dos maiores intelectuais do seu tempo – jornalista, escritor, tradutor e até pintor de aquarelas.
Mario Pontes é sem dúvida um dos filhos mais ilustres de Nova Russas e, talvez, do Ceará. Sem dúvida, Mario é maior intelectual novarrussense e um dos nativos que mais honrou sua terra.
Autodidata, Mario construiu sua formação intelectual por meio da leitura, primeiro dos jornais que seu pai comprava e depois pela leitura de uma infinidade de livros. Desde a adolescência interessou-se pelo jornalismo, dominando logo a arte da tipografia. Daí passou para o jornalismo, primeiramente em Fortaleza, onde trabalhou em vários jornais, inclusive dos Diários Associados. Defensor do meio ambiente, sempre demonstrou preocupação pela devastação que os homens estão imprimindo à Terra.
A sua produção literária inclui a tradução de mais de 30 livros e de milhares de artigos sobre diversos temas, notadamente filosofia, sociologia e literatura. Atuou em grandes veículos de comunicação no Rio de Janeiro, com destaque para a edição da Revista da Petrobrás e com o editor chefe do Caderno Especial do Jornal do Brasil, onde atuou por mais de 20 anos.
Os sertões e suas peculiaridades foram o foco dos seus primeiros livros, muitos ambientados em sua cidade natal, a exemplo do majestoso romance “Ninguém Ama os Náufragos”, tendo como tema a passagem da famosa Coluna Prestes por Nova Russas, que os sertanejos chamavam de “revoltosos”. A partir do seu primeiro livro “Milagre na Salina”, um conjunto de contos, seguiram-se vários outros, que totalizam cerca de 15, entre eles: “Doce como diabo”, volume de estudos sobre a poesia popular do Nordeste; “Andante com morte”, composto de quatro ficções mais ou menos curtas: “A morte infinita”, “Sentinelas da noite” e “A engrenagem universal” e “A nova rota da seda”; “Um homem chamado Noel” e , por último, balada para urbano”.
Temos muito que agradecer a vida do Mario Pontes, um ser humano exemplar, competente e humilde, cuja obra é digna de ser conhecida por todos. (*) Geólogo, Advogado e escritor
(*) Geólogo, Advogado e escritor