Maria Azálina*
Para quem ainda não entendeu o fenômeno da \”Rebelião das Vaginas\” (\”Pussy Riot\”, em tradução livre do inglês), ainda há tempo: a editora Martins Fontes lançou no Brasil \”Palavras Quebrarão Cimento: a paixão de Pussy Riot\”.
O livro conta a história da banda russa de punk rock feminista, que voltou a lançar vídeos-performance de protesto. Um dos alvos é o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Pussy Riot ganhou grande repercussão internacional em fevereiro de 2012, quando entrou na Catedral do Cristo Salvador, da Igreja Ortodoxa Russa, em Moscou, usando vestidos, leggings e balaclavas de cores vivas, e cantou uma “oração punk” suplicando à “Mãe de Deus” para livrá-las do presidente do país, Vladimir Putin. A segurança do local impediu o prosseguimento da apresentação.
Três das integrantes acabaram presas e condenadas por \”vandalismo motivado por ódio religioso\”, sendo que duas foram enviadas a colônias penais em locais remotos. Com a repercussão do caso, os vídeos da banda se tornaram virais.
A autora do livro, a jornalista russo-americana Masha Gessen, acompanha desde o início as meninas e seu julgamento. Com amplo e exclusivo acesso às integrantes do Pussy Riot, a suas famílias e a seus colegas, Gessen reconstruiu as jornadas pessoais que transformaram o grupo de moças em artistas com um ideal em comum.
Autora ainda de \”Blood Matters\” e \”The Man Without a Face: The Unlikely Rise of Vladimir Putin\”, Gessen é colaboradora do The New York Times, da Newsweek, da Slate e da Vanity Fair.
Sua visão sobre a terra natal gera controvérsias, e alguns de seus compatriotas, feridos por seu criticismo, a acusam de \”russofóbica\”. Sua obra, porém, é traduzida para diversos idiomas em todo o mundo.
*Gazeta Russa