O Brasil já superou a marca de 162 mil casos de dengue em 2025, com 31 mortes confirmadas até quarta-feira (29). A situação tem se agravado em diversas regiões, e autoridades de saúde intensificam esforços para conter a proliferação do Aedes aegypti, principal vetor da doença. Governos federal, estaduais e municipais intensificam campanhas de conscientização e ações emergenciais para frear o avanço da doença no País.
O cenário em Goiás chama a atenção, especialmente após a confirmação da circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue em Anápolis, Goiatuba e Rio Verde. O governador Ronaldo Caiado alertou para o perigo desse sorotipo, que não era registrado no estado há 17 anos.
Goiás já contabiliza 2 mil casos e sete mortes, levando o governo a reforçar medidas de combate, como mutirões de limpeza, distribuição de inseticidas e de equipamentos para controle do mosquito transmissor.
A cidade do Rio de Janeiro registrou esta semana a primeira morte pela doença em 2025: um homem de 38 anos, morador de Campo Grande, na Zona Oeste da capital. O caso acendeu um alerta para o avanço da dengue em centros urbanos e reforçou a necessidade de ações preventivas.
DF tem redução – Enquanto algumas regiões registram aumento expressivo no número de casos, o Distrito Federal apresentou uma redução significativa da doença. Até o dia 18 de janeiro, foram registrados 1.421 casos prováveis de dengue, contrastando com os 29.510 casos registrados no mesmo período de 2024 — uma queda de 95,4%. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde no mais recente boletim epidemiológico.
Apesar do cenário aparentemente positivo em 2025, o Sindicato dos Médicos do DF lembra que a epidemia de dengue em 2024 foi uma das piores da história da capital. No ano passado, foram registrados mais de 284 mil casos prováveis e 440 mortes, representando um aumento de quase 600% em relação a 2023.
Entre os fatores que contribuíram para esse cenário trágico, destaca-se a dispensa de 600 agentes de vigilância ambiental. Atualmente, com mais de 960 mil imóveis no DF, há um déficit de mais de 1.200 agentes para o combate ao Aedes aegypti.
O SindMédico reforça o pedido da Gerência de Vigilância Ambiental da necessidade de recomposição das equipes para garantir a defesa da saúde pública e evitar novos surtos de grandes proporções.
Contenção de danos – Diante do avanço da doença, o Ministério da Saúde anunciou a distribuição de 6,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da dengue em todos os estados. Pela primeira vez, o governo federal disponibiliza essa ferramenta, permitindo a identificação mais ágil de casos, especialmente em municípios de difícil acesso.
O investimento de R$ 17,3 milhões garantirá o envio de 4,5 milhões de testes na primeira remessa, enquanto outros 2 milhões serão mantidos em estoque estratégico para surtos emergenciais. Além dos testes rápidos, o SUS continuará oferecendo os exames sorológicos e de biologia molecular para diagnóstico da doença.
Autoridades de saúde alertam para a importância do diagnóstico precoce e da adoção de medidas preventivas pela população. Entre os principais sintomas da dengue estão febre alta (entre 39°C e 40°C), dor de cabeça, prostração, dores musculares e atrás dos olhos. Quem apresentar esses sinais deve procurar imediatamente um serviço de saúde para evitar complicações. Com o crescimento acelerado dos casos, especialistas reforçam que a colaboração entre governos, profissionais de saúde e a sociedade é essencial para conter a disseminação da dengue. A eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, como água parada em recipientes, continua sendo a principal forma de prevenção.