O Brasil ocupa, atualmente, a sexta posição mundial em número de casos de diabetes, com 16,6 milhões de adultos afetados — aumento de 5,7% em relação a 2021. Essa ascensão reflete mudanças significativas nos padrões alimentares e no estilo de vida da população. A predominância de dietas ricas em alimentos ultraprocessados, aliada ao sedentarismo, contribui diretamente para o crescimento dessa epidemia.
Ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes, são formulados com altos teores de açúcares, gorduras saturadas e sódio, além de aditivos artificiais. O consumo excessivo desses produtos está associado ao aumento de doenças crônicas não transmissíveis, incluindo obesidade e diabetes tipo 2.
A facilidade de acesso, o baixo custo e a intensa publicidade tornam esses produtos atraentes, especialmente para populações de baixa renda. É fundamental promover uma alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras.
Eles fornecem nutrientes essenciais e auxiliam no controle glicêmico, prevenindo complicações do diabetes. Além disso, a prática regular de atividades físicas e a redução do sedentarismo são medidas eficazes na prevenção e controle da doença.
MODELO – Entretanto, é imperativo questionar o modelo atual do sistema alimentar brasileiro, que incentiva o consumo de ultraprocessados, não apenas por escolha, mas quase por imposição, especialmente entre os mais vulneráveis.
A predominância desses produtos no mercado, impulsionada por estratégias agressivas de marketing e políticas que favorecem sua produção e distribuição, limita as opções saudáveis disponíveis para a população.
Essa realidade exige uma revisão das políticas públicas, visando a promoção de ambientes alimentares que facilitem escolhas saudáveis e sustentáveis para todos.