Cinco dias depois de dizer que estava “cagando” para a CPI da Covid, Jair Bolsonaro foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, com obstrução intestinal. Na véspera, quarta-feira (14) à noite, tentou culpar partidos de oposição pela piora de sua saúde. Na quinta, foi transferido para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.
O presidente deu entrada no HFA reclamando que sentia soluços há vários dias. Horas antes de ser internado, postou uma série de tweets atribuindo o agravamento de seu quadro a efeitos da facada que sofreu em 2018.
Cruel – “Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia”, escreveu.
Com Bolsonaro já internado em São Paulo, o perfil dele no Facebook voltou a atacar a CPI da Covid. Dizia que o “G7” da comissão, formado por senadores de oposição e independentes, não encontrou nenhum indício de corrupção no governo. A informação não é verdadeira. A CPI apura possíveis práticas ilícitas na compra de vacinas da AstraZeneca e Covaxin pelo Ministério da Saúde.
De quebra, a publicação ainda classificou como “três otários” os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), presidente, vice e relator da CPI, respectivamente. Na quinta, a comissão teve sua última sessão antes do recesso parlamentar, ouvindo Cristiano Carvalho, representante oficial da Davati Medical Supply no Brasil.
A empresa tentou vender 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca ao País e recuou diante de um suposto pedido de propina por parte de Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde.
Na sexta-feira (16), o perfil de Bolsonaro nas redes sociais publicou uma foto dele caminhando, sem máscara de proteção contra a covid-19, no corredor do hospital.