Na mesma linha da possível indicação do juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal (STF), pessoas próximas ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ventilam o nome do procurador Deltan Dallagnol para a Procuradoria Geral da República (PGR). Ele se destacou como coordenador das investigações da Operação Lava Jato. Sua escolha, no entanto, tende a sofrer resistência dos membros mais antigos do MPF.
Durante a campanha, Bolsonaro declarou que não iria respeitar a lista tríplice do Ministério Público Federal (MPF) para a escolha do procurador-geral da República. Também descartou a indicação de um militar para a chefia do MPF. Mas vai procurar alguém “livre do viés ideológico de esquerda”.
Ruptura – Além de não respeitar a lista tríplice, indicar um procurador que ainda não alcançou o topo da carreira no Ministério Público (subprocurador-geral da República) significaria uma ruptura muito grande, no entendimento de procuradores experientes.
Há também, na visão dos membros antigos da instituição, uma precipitação da discussão, visto que o mandato de Raquel Dodge se encerra apenas em setembro do ano que vem.
Contudo, não está totalmente descartada a manutenção de Dodge na cadeira de procuradora-geral. Principalmente ao levar-se em conta a habilidade dela em costurar apoios.