Com requintes de desespero e citando pesquisas desfavoráveis ao governo, o presidente Jair Bolsonaro continuou a cantilena de que houve fraude em eleições passadas para dar consistência ao seu discurso em defesa do voto impresso. Mas, de novo não provou.
O novo blefe de Bolsonaro ocorreu quinta-feira (29), em mais uma edição de suas lives semanais. O presidente admitiu não ter provas, mas mobilizou sua equipe para reunir notícias falsas que circulam na internet desde 2014 sobre a segurança das urnas. Todas desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em uma narrativa vazia e sem argumentos, Bolsonaro mirou sua artilharia para o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Disse que o magistrado quer “manter a suspeição das eleições” e levantou suspeitas de que o ministro teria atuado junto a parlamentares para barrar o avanço da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados.
Confiabilidade – Também na quinta, durante a inauguração da sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, Barroso, sem citar Bolsonaro, disse que o discurso de que “se eu perder, houve fraude” é de quem não aceita a democracia. E afirmou que a confiabilidade das urnas foi comprovada pelo TSE, pelo STF e por parlamentares.
Coube a um suposto especialista, identificado apenas como “Eduardo, analista de inteligência”, apresentar os indícios de fraude. Ao final da live, a Secom da Presidência informou tratar-se de Eduardo Gomes da Silva, coronel do Exército e ex-assessor do ministro Luiz Eduardo Ramos na Casa Civil. Para os espectadores do circo que Bolsonaro tentou montar, Eduardo foi o responsável por dar voz a algumas das notícias falsas mais esdrúxulas em circulação na internet sobre a segurança das urnas.