O presidente Jair Bolsonaro foi ao cercadinho do Palácio da Alvorada na segunda-feira (6) para atacar seu ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Segundo Bolsonaro, “Moro não aguenta 10 segundos de debate”. Já o ex-juiz da Lava Jato deu entrevista na manhã desta terça-feira (7) e classificou o governo Bolsonaro como “muito ruim”.
Povo acima de tudo
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro ironizou o slogan utilizado por Moro, “povo acima de tudo”. Segundo o presidente, seria uma cópia da frase que popularizou na campanha de 2018, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
“Para copiar o meu, ele botou “o povo acima de tudo”. Esse não aguenta 10 segundos de debate”, disse Bolsonaro.
Armamento
O presidente criticou ainda o ex-ministro por causa de sua declaração de que poderia ter atuado mais contra as normas do governo que flexibilizaram a posse e o porte de arma.
“O Lula falou que vai recolher as armas. O Moro também falou que ele podia ser mais rígido, me peitar mais durante a questão das portarias de armamento dele. Como que o cara aceita trabalhar comigo sabendo que eu sou armamentista? Tinha que ter caráter. Era só falar: ‘Não me interessa trabalhar porque sou de esquerda'”, afirmou.
Resposta de Moro
Já o ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro Sergio Moro (Podemos) criticou a atual gestão do Planalto e disse que o “governo é muito ruim”. Em entrevista à b, na manhã desta terça-feira (7), Moro respondeu a uma provocação de Bolsonaro criticando o governo.
“Não quero ser ofensivo com ninguém. Esse governo é muito ruim. Esse governo é tão ruim porque, normalmente, é muito fácil um governo se reeleger. Você está na máquina. Se você faz um governo minimamente bom, você consegue se reeleger. O presidente está com medo. Com isso, quer ficar desviando o foco das pessoas. Por isso, fica lá ofendendo”, disse Moro.
O pré-candidato ao Planalto em 2022 também disse que quando aceitou ser ministro da Justiça no governo Bolsonaro não acreditava nas falas do presidente. “Tinha toda uma expectativa de que o governo poderia dar certo. Tudo bem, o presidente era uma pessoa controvertida. Mas aquelas declarações eram tão malucas que ninguém acreditava que aquilo poderia virar uma politica pública”, afirmou.