O cientista político Alberto Almeida publicou em seu Twitter, terça-feira (20), que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) cometeu “erro crasso” ao indicar três futuros ministros do mesmo partido – o DEM, dois deles do mesmo estado, o “pequenino, em população e bancada”, Mato Grosso do Sul. São eles: Tereza Cristina e Luiz Henrique Mandetta, respectivamente, para a Agricultura e para a Saúde, além de Onyx Lorenzoni, do Rio Grande do Sul, que ocupará a Casa Civil;
Durante a campanha presidencial, Bolsonaro garantiu que não nomearia auxiliares baseado na tradicional política do “troca-troca”, em que líderes partidários indicam ocupantes de cargos e, em contrapartida, oferecem apoio às pautas propostas pelo Executivo no Parlamento. O “problema”, segundo Almeida, é que o DEM terá 16,66% dos ministros, considerando-se 18 ministérios. E a bancada da sigla na Câmara corresponde a 5,65% dos deputados. “Esse desequilíbrio cobrará um preço mais adiante”, conclui o especialista.
Na terça-feira (20), o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), negou que as sugestões tenham sido feitas pelo DEM.A negativa foi uma resposta a colegas deputados que cogitam uma possível negociação dele com Bolsonaro em troca de apoio à sua reeleição à presidência da Casa.Embora pregue a independência e a nova forma de fazer política, o presidente eleito conhece o funcionamento do Congresso. Afinal, há 28 anos exerce seguidos mandatos de deputado federal. Assim, terá que encontrar outro jeito de agradar deputados e senadores, que não seja a ocupação de cargos de confiança.
Erro crasso na formação do ministério: três deputados federais do DEM, sendo que dois deles no mesmo estado, o pequenino, em população e bancada, Mato Grosso do Sul. Isso é um mau sinal quando se trata de governabilidade e de formação de maioria parlamentar.
— Alberto Almeida (@albertocalmeida) 20 de novembro de 2018