José Silva Jr
Grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se preparam para um novo ato contra o Supremo Tribunal Federal nas próximas horas. Os manifestantes estão escondidos em locais fora do radar das autoridades policiais.
Eles prometem sair a qualquer momento em direção à Esplanada para pressionar os ministros a votar o Marco Temporal em favor de produtores e gente ligada ao agronegócio.
As caravanas estão espalhadas pelas cidades do Distrito Federal. Mais especificamente em zonas rurais e terrenos de grandes dimensões, como o Parque Leão, antiga casa de rodeios no Recantos das Emas a 30 quilômetros da Esplanada, às margens da BR-060.
Outro ponto é o Gama. Uma dessas caravanas está na Quadra 50 do Setor Leste. Lá, estão 57 moradores de Alagoas que vieram manifestar seu apoio a Bolsonaro e pedir a intervenção no STF e a volta do militarismo, as principais bandeiras defendidas por Bolsonaro e transferidas pela legião de séquitos.
A caravana é composta por policiais militares de Alagoas e advogados. Eles estariam custeando a viagem para Brasília. O ônibus fez uma desgastante viagem de 25 horas até Brasília.
Eles prometem não deixar a capital federal enquanto o STF não votar o Marco Temporal, proposta de autoria ruralista que restringe os direitos indígenas.
Segundo esta interpretação, considerada inconstitucional, os povos indígenas só teriam direito à demarcação das terras que estivessem em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.
Mais cedo, manifestantes também pró-Bolsonaro, tentaram invadir o Ministério da Saúde. Forçaram a entrada com socos e chutes na vidraça. Mas foram contidos pelos vigilantes. A Polícia Militar foi acionada, mas, quando chegou, não havia mais ninguém.