Entre momentos de tensão e desabafo, o goleiro Bruno, de 33 anos, foi apresentado oficialmente pelo Boa Esporte nesta terça-feira (14), em Minas Gerais. Durante sua sessão de perguntas na sala de imprensa do clube mineiro, Bruno evitou responder perguntas sobre o “caso Eliza Samúdio” e deu prioridade às questões ligadas ao futebol.
A primeira pergunta feita na coletiva já deixou o jogador desconfortável. Bruno foi questionado se está se considerando digno de voltar a vestir a camisa de um clube de futebol após os anos em cárcere. Sem cerimônias, o atleta afirmou que não responderia à questão.
“Eu estou muito feliz pela oportunidade dada. Venho me preparando há alguns anos para isso. As pessoas correm de mim pelo que aconteceu no passado. O Boa está abrindo portas e eu estou muito feliz, motivado. Agradeço a vocês por estar aqui. Deus está abrindo as portas para a gente. Tenho certeza que é Deus”, declarou.
Habeas corpus – Condenado a 22 anos e três meses de prisão em 2013 por participar do sequestro e assassinato de sua então namorada, Eliza Samúdio, em 2010, Bruno conseguiu o habeas corpus em fevereiro deste ano e foi liberado após seis anos e sete meses de pena cumprida. Pouco tempo após sua soltura, o goleiro fechou contrato com o Boa Esporte, da segunda divisão do futebol mineiro e que disputará a Série B do Brasileiro em 2017.
“Hoje eu percebo que (amigos) não é quantidade, é qualidade. Eu esperava o apoio de algumas pessoas que me surpreenderam e, tudo o que aconteceu, fez perceber quem realmente estava do meu lado e quem não estava”, acrescentou.
Logo após a oficialização da contratação do jogador, o Boa Esporte vem perdendo seus patrocinadores por represália à negociação. O clube já sofreu com a saída de seu patrocinador master, além de também ter perdido seu fornecedor de materiais esportivos.
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