A bebê abandonada em uma caixa de papelão no Lago Norte, no último dia 7, continua sem o nome da mãe, do pai e dos avós maternos e paternos. Na certidão de nascimento, está escrito apenas Aurora. Assim como no cartão de vacinas. É o que a Vara da Infância e Juventude (VIJ) chama de nome social, neste caso, aquele escolhido pela equipe médica que atendeu a criança. A VIJ aguarda o relatório solicitado pelo juiz à instituição de acolhimento onde está Aurora, com informações gerais, como estado de saúde, desenvolvimento e possíveis vínculos parentais.
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Até agora, a mãe da bebê, Ana*, pegou-a no colo apenas duas vezes, a última delas uma semana após abandoná-la. O encontro arrancou lágrimas da empregada doméstica de 23 anos. Instintivamente, Ana tentou amamentar a filha. Apesar da insistência, Aurora não pegou o seio. Já está acostumada à mamadeira.
A mulher retomou a rotina de trabalho e, com a ajuda da irmã Isabela*, 26, também doméstica, reúne documentos para pedir a guarda da criança na Justiça. “Acho que até sexta-feira a gente consegue arrumar tudo. É muita coisa”, conta Isabela. Ana ficou grávida após um relacionamento rápido. Escondeu a gravidez dos patrões e da família. No último dia 7, teve a filha sozinha, no banheiro da casa onde trabalhava. Enrolou a criança, colocou-a em uma caixa de papelão e a deixou em frente a uma residência na QI 3. A menina foi encontrada pelo estudante de design gráfico Jonathan Grassner, 20 anos. Ele ia em direção ao ponto de ônibus quando viu o embrulho.