Sarney Filho pede explicações do Ibram e do Ibama sobre possível contaminação do reservatório do Descoberto que abastece o Distrito Federal
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O deputado Sarney Filho (MA), líder do Partido Verde (PV) na Câmara dos Deputados, encaminhou ofícios aos presidentes dos Institutos Brasília Ambiental (Ibram) e do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) cobrando explicações sobre a possível contaminação da água da barragem do Rio Descoberto pelo chorume do lixão de Águas Lindas (GO). A denúncia foi publicada com exclusividade na edição 183 do Brasília Capital, de 15 a 21 de novembro.
Iniciativa semelhante foi tomada uma semana antes pelo deputado distrital Joe Valle (PDT), conforme o jornal mostrou na edição 184. O parlamentar brasiliense encaminhou requerimentos à Agência Reguladora das Águas, Energia e Saneamento (Adasa) e à Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb). Os órgãos têm até trinta dias para responder aos questionamentos dos dois deputados.
Na edição de sábado, 29 de novembro, o Correio Braziliense repercutiu a notícia veiculada em primeira mão pelo Brasília Capital. Na página 25, sob o título “Lixão ameaça o Descoberto”, o diário de maior circulação no DF se baseia no requerimento de Joe Valle, que, por sua vez, usou como referência de seus requerimentos a matéria da edição 183 deste semanário.
Chorume
A primeira reportagem sobre o assunto foi motivada pela reclamação de funcionários do Consórcio Público de Manejo de Resíduos Sólidos e das Águas Pluviais da Região Integrada do DF e Goiás (Corsap) que durante mais de sessenta dias foram impedidos de acessar a área do lixão de Águas Lindas (GO). O Corsap representa os governos de Goiás e do DF e as prefeituras dos 19 municípios que compõem a Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (Ride). O depósito é administrado pela empresa Caenge Ambiental.
Para os fiscais do Corsap, não há como garantir, sem um permanente monitoramento, que o chorume do lixão se infiltre pelo lençol freático e atinja o manancial da barragem. Ainda assim, o chefe da assessoria de imprensa da Caesb, José Carlos Barroso, reiterou, por e-mail, que este risco não existe. “O lixão de Águas Lindas fica abaixo da capitação da Caesb, não havendo qualquer risco de contaminação da barragem do Descoberto”, escreveu ele.
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Mas a explicação de Barroso não convenceu os dois deputados. Eles querem esclarecimentos mais detalhados de especialistas da estatal. “O fato é extremamente grave e, se confirmado, pode trazer danos irreparáveis à saúde de milhares de pessoas”, argumenta Joe Valle. “A barragem é responsável por 65% do abastecimento do DF e o lixão está a apenas 3 Km do reservatório”, reforçou Sarney Filho.
Preocupado com a repercussão do caso, o secretário de Meio Ambiente de Águas Lindas, Lúcio Mauro Rodrigues, tentou minimizar o problema. Mas ele próprio, entrevistado antes da publicação da primeira reportagem, admitiu que não há como garantir que o chorume do lixão não esteja atingindo o reservatório da Caesb. E prometeu cobrar mais controle da atividade da Caenge Ambiental.