Pedro César Batista (*)
O Sindicato dos Bancários de Brasília esteve, na terça-feira (18), ao lado de outras entidades, no ato exigindo a redução das taxas de juros e pressionando a direção do Banco Central para que altere a política econômica que mantém os juros altos.
Participaram da mobilização, que também ocorreu em outras cidades e capitais brasileiras, mais de 100 pessoas, que se revezaram em falas denunciando a traição aos interesses do povo brasileiro e ao Brasil representada pelos juros altos, que poderão subir mais ainda na reunião do Copom nesta quarta-feira (19).
Segundo Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato, “está sendo dada continuidade à mobilização para barrar os juros altos, que prejudicam o Brasil. Seguiremos em luta até a sua redução”.Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF, ressaltou que “a taxa de juros alta impede o crescimento do Brasil e onera o trabalhador. A CUT seguirá pressionando pela redução dos juros e defendendo o crescimento da economia”.
Para Afonso Magalhães, bancário aposentado do BC e dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), “o Banco Central está na contramão do governo. Criam a narrativa de que o Brasil está crescendo muito e isso provoca inflação. Este é o discurso da Faria Lima, um dogma monetarista”.
José Wilson, diretor do Sindicato, destacou que “seguiremos lutando pela queda de juros, que têm penalizado os trabalhadores e beneficiado os ricos. Precisamos lembrar que é fundamental derrubar a PEC 65/2023, que pretende dar mais poder ao mercado e aos banqueiros para definir a política do BC”. E questiona: “Para quem querem dar mais independência ao Banco Central?”.
O diretor da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Edmilson Lacerda, afirmou que “não dá para entender os dirigentes do BC indicados pelo governo Lula não estarem contribuindo para o crescimento econômico do país ao manterem essa política de juros altos. Como explicar o BC estar na contramão da política econômica do governo?”
Falácia – “O que faz a economia crescer é a demanda. O consumo aumenta a produção e os serviços, levando a ter juros mais baixos. Com isso, os empresários buscarão recursos para aumentar a produção e seus ganhos”, afirma GirolanoBiando, diretor da Fetec-CUT/CN. “É uma falácia o que a mídia faz ao dizer que a inflação cresce pelo consumo”.
Washington Henrique, dirigente da Fetec-CUT/CN, reforça que “estamos protestando em todo o Brasil pedindo juros baixos e uma maior atenção ao país. É preciso que parlamentares e o governo enfrentem a alta do dólar e as taxas altas que impedem que o Brasil cresça”.
Para Gleide Alves, diretora do Sindicato, “o crescimento das taxas de juros impede o crescimento da economia, das empresas, encarece o crédito, reduz o consumo e aumenta a desigualdade social”.
O presidente da CTB-DF, Flauzino Antunes, reforçou que “o momento exige unidade de todas as forças para conseguir mobilizar os trabalhadores e a sociedade em geral para reverter essa política econômica e retomar o crescimento do país”.
Continuou afirmando que “o governo precisa atuar para fazer o BC voltar a servir aos interesses nacionais e estar integrado como parte do Estado. É preciso ampliar o Copom, incluindo setores populares e dos trabalhadores, tornando-o mais democrático”.
O diretor do Sindicato Paulo Vinicius destacou que “o BC precisa de uma lavagem para retirar definitivamente a política neoliberal imposta por sua direção”.
(*) Colaboração para o Seeb Brasília