Com a projeção de frases como “Santander, cumpra o acordo: basta de demissões e metas abusivas!”, “Santander recebe bolsa banqueiro, mas demite 9 mil bancários. Absurdo!” e #SantanderRespeiteOBrasil, a Federação dos Bancários da Região Centro Norte e o Sindicato dos Bancários de Brasília denunciaram o programa de demissões do banco espanhol que pode levar 9,4 mil funcionários ao desemprego.
A ação dos bancários ocorreu, na noite de sexta-feira (19), com o uso de canhões de laser e as frases foram projetadas nas fachadas e empenas de prédios do centro de Brasília, como as do Banco Central (Bacen), da Agência da 306 Sul e da Agência Asa Sul Brasília.
“A atividade de sexta-feira integra a programação do ato nacional unificado contra as demissões no banco”, explica o diretor da Federação Centro Norte e funcionário do Santander, Anilton da Silva. O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, disse que a atividade denunciou à sociedade o desrespeito do Santander com os trabalhadores e com o povo brasileiro.
“O governo Bolsonaro, via Banco Central, disponibilizou no ‘bolsa banqueiro’ a acintosa cifra de R$ 1,2 trilhão. O Santander, um dos beneficiários dessa absurda ‘bondade’, afogando-se em liquidez, estrangula o crédito, em especial, às pequenas e médias empresas, quando, na verdade, deveria liberar. Como se não bastasse, ainda ameaça demitir 9.438 empregados. Um completo absurdo!”
Lucro acima do esperado – A despeito da expectativa de que o primeiro trimestre de 2020 traria forte queda do lucro e aumento das provisões para devedores duvidosos, já refletindo o impacto da crise do novo coronavírus, o Santander Brasil (SANB11) divulgou lucro acima do esperado no primeiro trimestre de 2020: R$ 3,77 bilhões. Crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período de 2019.
Ainda assim, segundo matéria da Folha de S.Paulo, o banco teria iniciado demissões que poderão alcançar 20% do quadro de pessoal. Ou seja, mais de 9,4 mil trabalhadores. A mobilização das entidades representativas da categoria reivindica o cumprimento de acordo de não demissão no período da pandemia assumido com o movimento sindical e, fartamente, divulgado pela imprensa.