O Sindicato dos Bancários de Brasília e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) se reuniram, quinta-feira (25), com o secretário-executivo de Relações Institucionais, Social e do Trabalho do DF, Valteni de Souza. Durante o encontro, Souza ligou para o secretário da Saúde, Osnei Okumoto e o grupo apresentou suas reivindicações. A entidade dos bancários propôs discutir o fortalecimento dos protocolos de segurança e enfrentamento à covid-19 nas agências e demais instituições do sistema financeiro durante a pandemia.
À tarde, o grupo fez uma mobilização em frente ao Palácio do Buriti solicitando uma audiência com o governador Ibaneis Rocha para debater a compra de vacinas contra a covid-19 e protocolou um ofício reivindicando a “Vacina-Já”.
O ato resultou no encontro com o representante do GDF, no qual foi entregue o documento cobrando a implementação do Comitê Setorial do Sistema Financeiro de Enfretamento à covid-19 e exigindo das direções dos bancos públicos e privados a “urgentíssima” revisão e adoção de novas e eficientes medidas a serem praticadas no funcionamento dos bancos.
“É necessário assegurar a prestação dos serviços considerados essenciais, mas a partir da implementação de novas medidas para o enfrentamento do novo quadro da pandemia, protegendo os trabalhadores e a população usuária dos serviços”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários, Kleytton Morais.
Em junho de 2020, após audiência e entendimento com o governador Ibaneis Rocha (MDB), o sindicato encaminhou ofício requerendo a implementação do Comitê Setorial do Sistema Financeiro como forma de refletir, ajustar e praticar novas e adequadas rotinas, revisando os protocolos de segurança à luz das realidades observadas.
“Destacamos que é fundamental o governo considerar a interveniência dos trabalhadores, representados a partir das entidades sindicais. Ao longo dos últimos 12 meses, os sindicatos foram imprescindíveis na equação de processos que resultaram um abrandamento da tragédia de sequelados e óbitos no DF e em todo país”.
Segundo Kleytton Morais, as negociações coletivas asseguraram a reorganização dos processos de trabalho, adoção do home office, obrigatoriedade de fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e protocolos rigorosos de segurança no caso de atividades que demandem atendimento presencial. “Isto resultou em proteção aos trabalhadores e aos usuários dos serviços”, destaca.
Para o sindicalista, a adoção e ajuste de novos e rigorosos protocolos é urgente. “Recentemente, o surgimento de novas variantes do vírus tem acentuado a situação, ao ampliar a estatística de óbitos e sequelados entre jovens, além de ser a população jovem um vetor de transmissão aos idosos”.
Ao sair da audiência com os secretários, os representantes do sindicato e da CUT reiteraram: “reivindicamos e nos colocamos na equação de construir e implementar um efetivo lockdown imediatamente, ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021, conforme destaca cientista e professor da Universidade de Duke (EUA), Miguel Nicolelis.
Grupo apoia lockdown
Ainda na noite de quinta-feira (25), o GDF, diante do agravamento e quase colapso do quadro da pandemia da covid-19, decretou lockdown, com o fechamento de atividades não essenciais, das 20h às 5h, a partir de segunda-feira (1º). A decisão recebeu o apoio do Sindicato dos Bancários e da CUT-DF.
“O lockdown foi adotado como forma de enfrentamento à alta dos casos de covid-19 e da crescente ocupação de leitos para combater a doença. O DF adota a medida de maneira a conter a circulação de pessoas e evitar o aprofundamento da tragédia”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
“A decisão ocorre após o percentual de lotação das UTIs passar dos 90%. A tendência de colapso da rede médica é dramática e, caso não seja contornada, segundo especialistas, situações com filas de espera por vagas de UTI e equipes correndo para antecipar altas e abrir espaço para doentes gravíssimos poderão ser recorrentes”, alertou Kleytton Morais.
Na trágica estatística de óbitos por 100.000 habitantes, o Brasil registrou, até 27 de janeiro, 103 mortes por 100 mil habitantes, tornando-se destaque mundial no macabro ranking de mortes por covid-19. O País ocupa o segundo lugar, entre os Estados Unidos (primeiro) e a Índia (terceira colocada). No entanto, na Índia a relação de óbitos é de 11 a cada 100 mil, e no Brasil é nove vezes maior, considerado o tamanho das duas populações.
“Na lista atualizada até 24/2/2021, dos 30 municípios com mais mortes por coronavírus, o DF ocupa a quarta posição, com 4.791 mortes, atrás apenas do Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, e registra 143 mortes por 100.000 habitantes”.
Participaram do encontro o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues; o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviço, Julimar Nonato; a diretora do Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF), Vilmara Pereira; e o diretor do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no DF (SAE-DF), Denivaldo Alves.