O deputado Laerte Bessa (PR-DF) deve enfrentar processo no Conselho de Ética Câmara por ter xingado o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, de “safado”, “bandido”, “maconheiro”, “frouxo” e “cagão”. O parlamentar repetiu, na tribuna do plenário, praticamente os mesmos xingamentos dirigidos ao governador ao sair do Palácio do Buriti, onde fora barrado, segunda-feira (17), numa reunião com representantes da Polícia Civil.
Antes de fazer um discurso num local público, como a tribuna da Câmara, Bessa já havia xingado Rollemberg de “filho da puta” na presença de políticos. Sua ira mais recente foi resultado da decisão do governador de não deixar o ex-diretor da Polícia Civil participar de reunião com sindicalistas que representam a categoria e reivindicam reajuste salarial.
“Ele não me deixou entrar porque é um frouxo”, disse Laerte Bessa ao sair do Palácio do Buriti. De acordo com a assessoria do governador, o deputado não entrou porque não havia sido convidado para a reunião. A reação de Rollemberg veio por meio de duas notas. Na primeira, houve a explicação do porquê o deputado foi barrado no encontro.
“O governador não permitiu que ele entrasse porque o deputado o desrespeitou publicamente durante a assembleia realizada na manhã de segunda-feira (17) com palavras de baixo calão. O governador só vai retomar o diálogo com o parlamentar quando o deputado pedir desculpas publicamente”, divulgou a assessoria do GDF.
Numa outra nota, o GDF informou que Rodrigo Rollemberg tomará “providências legais”, depois dos xingamentos repetidos na Câmara dos Deputados: “O governador Rodrigo Rollemberg considera lamentáveis e incompatíveis com o decoro parlamentar as declarações de Laerte Bessa. Quando um deputado se refere ao governador com palavras de baixo calão ofende a própria população de Brasília. O governador tomará todas as providências legais”.
PSB aponta quebra de decoro
O PSB entrou, na quinta-feira (20), com representação contra Laerte Bessa. “Aquelas declarações foram injuriosas e atentatórias ao decoro parlamentar. E isso é inadmissível tanto para o PSB como para o governador Rollemberg. Pedimos a perda de seu mandato porque, em primeiro lugar, deve-se respeitar a democracia e o Parlamento. Ele não respeitou nem a própria imagem”, justificou o presidente nacional da legenda.
O Brasília Capital ouviu parlamentares da bancada do DF. Os senadores Reguffe (sem partido) e Cristovam Buarque (PPS) não quiseram se manifestar, da mesma forma que os deputados Alberto Fraga (DEM), Augusto Carvalho (SD) e Rôney Nemer (PP). O deputado Ronaldo Fonseca (PROS) e o senador Hélio José (PMDB) não deram retorno até o fechamento desta edição.
Para o deputado Izalci Lucas (PSDB), “é inadmissível que um governador não receba um deputado em uma reunião com a categoria que ele representa. (…) O Bessa passou do tom, só que faltou bom-senso ao governador”, argumentou.
A deputada Érika Kokay (PT), mesmo apontando o que considera “falhas graves no governo Rollemberg”, acredita que Laerte Bessa feriu o decoro parlamentar. “O Bessa, por sua vez, abriu mão do debate de ideias e acolheu uma profusão de grosserias. Ao meu ver, isso atenta contra o decoro parlamentar”.
O líder do PSD, Rogério Rosso, respondeu: “O Laerte tem esse temperamento. Ele é um delegado e está na defesa de sua corporação. Ele é um homem educado e, com certeza, foi um desabafo. Ao mesmo tempo, independentemente das divergências que existam com o governador, tem que respeitar as pessoas”. (VR)
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