Da Redação
Horas após o presidente eleito Lula da Silva (PT) ser diplomado pelo TSE, na segunda-feira (12), uma horde de bolsonaristas radicais promoveu várias ações de vandalismo nas ruas de Brasília. O álibi seria a tentativa de libertar um índio preso na sede da Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por incitar atos inconstitucionais pela internet. Chamada a intervir, a Polícia Militar do DF ocupou a área central da capital, mas não prendeu nenhum baderneiro.
Mandados
Mas, na quinta-feira (15), Moraes autorizou 103 mandados de prisão, busca e apreensão em oito estados (AC, AM, ES, MT, MS, PR, RO e SC) e no DF contra organizadores de atos antidemocráticos. Ele usou informações obtidas por uma rede de inteligência formada por órgãos estaduais como Ministério Público, Polícia Civil, PMs e PRF e mirou três grupos relacionados às investigações sobre atos golpistas e contra o resultado das eleições.
Ministro do STF Alexandre de Moraes – Foto: Reprodução TSE
Na mira da PF
Os grupos na mira da PF foram divididos da seguinte forma: líderes, organizadores, financiadores e fornecedores de apoio logístico e estrutural; proprietários e condutores de caminhões que participaram das manifestações e atos antidemocráticos e foram autuados pela prática de infrações de trânsito; e proprietários e condutores de veículos usados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas, transporte de banheiros químicos, dentre outros.
Patrocinadores
A rede de inteligência identificou patrocinadores de manifestações, financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos e mobilizadores em redes sociais. Os nomes dos alvos da operação não haviam sido divulgados até o final da tarde de quinta-feira.
Tornozeleiras
Dois dos alvos são deputados estaduais no Espírito Santo: Carlos Von (DC) e Capitão Assunção (PL). Ambos passarão a usar tornozeleira eletrônica estão proibidos de usar redes sociais, de dar entrevistas ou de participar de eventos sociais, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.
Também no ES, foram emitidos quatro mandados de prisão. Até a última atualização desta reportagem, havia sido cumprido apenas um deles: contra o jornalista Jackson Rangel. Também tiveram a prisão determinada o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), eleito presidente da Câmara da cidade a partir de 2023, o pastor Fabiano Vieira e o radialista Max Pitangui.
No Mato Grosso, Rafael Yonekubo, Analady Carceiro e Adaviso Azevedo da Silva foram à delegacia para prestar depoimento. No Mato Grosso do Sul, foram alvos de mandados de busca e apreensão a influenciadora Juliana Gaioso Pontes, a médica Sirlei Faustino Ratier e o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos.
Outras medidas foram autorizadas pelo STF
Também foram determinadas pelo Supremo: apreensão de passaportes; suspensão registro de Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores (CACs); e bloqueios de 168 perfis em redes sociais de suspeitos de organizar e financiar atos antidemocráticos.
Nos estados do Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, foi apurada insistência no bloqueio de rodovias e abuso reiterado do direito de reunião mesmo após proibição do STF.